Comandante Márcio: "Com a inclusão da Mulher Oficial na Marinha Mercante, uma nova era iniciou-se. A minha experiência com essas Oficiais, não poderia ser melhor".
“Cara Laura,
Ao receber este convite, onde jamais deixaria de atender, passo agora a tecer a minha humilde opinião, em relação às Mulheres na Marinha Mercante.
O assunto me deixa bastante à vontade, pois, ao longo da minha carreira, quase 28 anos, onde alguns anos atrás tive uma das experiências profissionais mais prazerosas de minha carreira e a certeza de que a iniciativa da inclusão do sexo feminino a bordo dos Navios Mercantes Brasileiros é uma realidade que deu certo.
Voltando à minha experiência profissional com as Mulheres Mercantes, confesso que não são muitas, porém, as poucas que tive, tenho a certeza de que valeram muito mais que muitas de outros.
Vou fazer uma sinopse do meu início de trabalho com essas Mulheres.
Há alguns anos o único contato profissional com elas, ficava por conta das profissionais de Saúde e poucas no setor de Câmara. O relacionamento limitava-se apenas em caráter de necessidade profissional. Era muito pouco o contato social, devido na época existir uma separação hierárquica acentuada das categorias de bordo, onde eram reservados espaços não comuns a todos os tripulantes, dificultando a aproximação desses profissionais com os Oficiais de bordo, a fim de melhorar o relacionamento.
A profissional dessa época assumia apenas o seu papel de atuar em suas funções, sem nenhum espaço para expor as suas opiniões, em relação a outros assuntos, que, hoje em dia, são de extrema relevância para o crescimento da nossa Marinha Mercante. Com a inclusão da Mulher Oficial na Marinha Mercante, uma nova era iniciou-se. A minha experiência com essas Oficiais, não poderia ser melhor.
Fui surpreendido no ano de 2007, quando recebi a notícia que embarcaria uma Oficial de Náutica. No momento pensei como seria trabalhar com uma mulher Oficial, ainda mais sendo eu o Comandante da embarcação. Fui abordado por alguns tripulantes, com inúmeras dúvidas - uns eufóricos, outros apreensivos e outros com um certo receio da postura na qual iriam tomar em relação a uma mulher a bordo. Até então, o espaço era estritamente dominado pelo profissional homem.
Após este breve relato tenho a dizer que a experiência em trabalhar junto com uma Oficial foi extremamente proveitosa e significativa, pois a pessoa com quem trabalhei é de um profissionalismo invejável, onde só então constatei que o sucesso da figura da mulher na Marinha Mercante era um fato consumado. Surpresa maior foi quando, em 2008, fui agraciado, pela segunda vez, com o embarque de uma outra Oficial de Náutica. Essa eu não tenho palavras para descrever o tamanho da satisfação em ter conhecido e compartilhado uma pequena parte de minha vida profissional, com o seu sorriso espontâneo e a sua perspicácia em resolver problemas, até mesmo administrativos. Em seu pouco tempo de formada, mostrou-se extremamente competente e com um futuro promissor. Foram poucos os profissionais que trabalhei, com tamanha dedicação ao trabalho, iniciativa e responsabilidade.
Enfim, aprendi muito com as duas Oficiais que embarcaram comigo. Pude perceber a diferença na qualidade do serviço prestado, iniciativa, prazer, vontade.
Consolidando as informações de muitos em relação ao ingresso da Mulher na Marinha Mercante e derrubando mais um tabu da sociedade, onde se diz que a mulher é sexo frágil, pude constatar que esse dogma passa bem longe do real. A força de vontade e a determinação é o rumo para o sucesso profissional, qualidades essas que pude observar nas duas Oficiais que trabalharam comigo. Não sei se posso generalizar, pois, como descrevi anteriormente, não tenho tantas experiências para relatar, mas caso as outras Oficiais sigam as mesmas diretrizes das quais eu convivi, a nossa Marinha Mercante agradece.
Outro ponto bastante comentado entre nós, homens, seriam sobre as vantagens oferecidas pelo ingresso delas. Confirmo que são inúmeras. Cito algumas como gentileza, iniciativa, relacionamento interpessoal, profissionalismo apurado, mudança na cultura conservadora imposta pelos homens, comprometimento com os resultados, eficiência na execução das tarefas e outras mais. Em relação às desvantagens, não vejo o item que vou mencionar como desvantagem e sim como um prêmio, que não interfere diretamente no sistema: é o fato do sonho de algumas, no prazer de serem mães, fato esse que não sou a pessoa mais indicada a expor. Um sentimento como esse deixo a cargo das próprias mulheres, pois a cada filho que nasce, existe a figura do pai, sendo esta uma outra história a contar.
Diante de tudo que escrevi venho a público declarar a minha admiração e respeito pelas mulheres na Marinha Mercante. Torço pelo crescimento da mão-de-obra feminina na Marinha Mercante em todas as esferas. Nós precisamos mudar e derrubar certos tabus existentes ainda na nossa Marinha Mercante.
Parabéns a vocês MULHERES MERCANTES!
Sds,
MARCIO LUIZ R. VALENTE”
Ser Comandante de Navio, delegar funções não e fácil, uma profissão que arrisca a sua própria vida,porém, admiro cada Mulher que se propôem a essa categoria tanto Homens quanto Mulheres...
ResponderExcluirParabéns Mulheres pelo seu procedimento na Sociedade!
Oi , meu nome é Déborah Thyellen , eu tenho 17 anos e eu amo a vida militar ; Acho muito interessante a mulher na marinha, pode ser também porque a minha família é militar . Eu quero muito fazer a efomm, só que eu sou meia " sozinha " nesse assunto , só tenho a minha mãe para me ajudar , mas ela não entende muito bem e os meus primos que também estão fazendo cursos e preparatórios p. carreira militar , também não podem ficar me ajudando sempre porque eles não tem tempo. Então eu queria pedir a ajuda de vocês, com algumas orientações , informações que eu não tenho conhecimento, se puderem me ajudar serei muito grata . Meu e-mail é flok_vp123@hotmail.com , vocês podem me mandar a resposta através desse e-mail, agradeço desde já e fiquem com Deus.
ResponderExcluir