Para aqueles e aquelas que não conhecem estas mulheres abaixo (ao centro na foto) são elas: a deputada federal Emilia Fernandes (de blusa listrada), ex-senadora e ex-ministra da Secretaria Especial de Políticas para Mulheres, e a recém-eleita deputada federal Jandira Feghali, duas guerreiras e determinadas mulheres que vêm dado total apoio às Mulheres Mercantes.
Tive o imenso prazer de estar na companhia delas, hoje, no 5º Congresso Extraordinário da CONTTMAF, confederação a qual o SINDMAR é filiado, em Rio das Ostras, no litoral do Rio de Janeiro.
Recebi com muita satisfação o convite da ex-deputada Emilia (com quem estou na foto abaixo) para participar do encontro das mulheres do MERCOSUL, no Rio de Janeiro, amanhã e quarta, porém coincide com a mesma data do congresso da CONTTMAF. Infelizmente, não vou poder comparecer. Mesmo assim quero agradecer muito a Emilia que sempre nos apoiou e que é muito sensibilizada pela causa das Mulheres Mercantes.
A deputada Jandira sempre foi uma defensora do nosso setor e vem cada vez mais apoiando a criação de uma lei para proteção das Mulheres Marítimas.
Meninaaaaaaas......é o apoio de mulheres fortes e de poder como essas que precisamos para obter força dentro do governo. Porém, só isso não basta.
Temos que fazer a diferença. Temos que fazer que o nosso problema da gestação não seja só visto por nós, pelos pais dos nosso filhos ou amigos de bordo; e sim pela sociedade brasileira no geral.
Obrigado, deputadas. O apoio de vocês é fundamental para nós, Mulheres Mercantes.
segunda-feira, 29 de novembro de 2010
domingo, 28 de novembro de 2010
Assim na terra... como no mar... e no ar
Geeeennnnteeee: acabo de receber de um amigo do Rio páginas escaneadas de uma reportagem que saiu no jornal O Globo de hoje sobre mulheres que pilotam aviões comerciais. Por enquanto elas são apenas 1% do total da categoria, mas já é um começo, né? Assim como nós, da Marinha Mercante, elas começam a ocupar um espaço antes dominado pelos homens. Meu amigo pede desculpas pois não conseguiu escanear toda a matéria na íntegra. Mas o que vale é a boa vontade, né? E que bom também que ele lembrou do nosso Blog.
sexta-feira, 26 de novembro de 2010
E assim se passaram 10 anos - parte 2
Oi pessoal, como disse a todos ontem, estive meio atarefada e por isso não postei semana passada. Quero mostrar agora as nove mulheres pioneiras que participaram do evento em Belém no sábado passado. Eu não poderia deixar de compartilhar esse momento com vocês.
Quando percebi que esse ano estas nove mulheres fariam a simbólica data de 10 anos de formatura fiquei eufórica para tentar reuní-las em algum evento. Daí surgiu a ideia do jantar. Conversei com o Severino, presidente do SINDMAR, e ele adorooooooooou a ideia. Me deu muito apoio pela iniciativa.
Então, procurei a Ana Claudia, que é uma das integrantes da turma, e que me ajudou muito para que esse evento acontecesse. Além dela quero agradecer também a Gisele e a Dayse, que foram super profissionais e me apoiaram também.
Durante o evento contamos com a presença de alguns familiares e amigos de cada uma das pioneir. Também estiveram presentes pessoas importantes para o nosso setor, como o CMT Álvaro, CMT Gondar, e o CMT do CIABA.
Foi muito gratificante poder conhecer a cada uma dessas mulheres guerreiras, ser pioneira não é nada fácil, sei bem o que é isso!
Espero que todas tenham aproveitado o evento.
Valeeeeeeeuuuu, meninas!
Quando percebi que esse ano estas nove mulheres fariam a simbólica data de 10 anos de formatura fiquei eufórica para tentar reuní-las em algum evento. Daí surgiu a ideia do jantar. Conversei com o Severino, presidente do SINDMAR, e ele adorooooooooou a ideia. Me deu muito apoio pela iniciativa.
Então, procurei a Ana Claudia, que é uma das integrantes da turma, e que me ajudou muito para que esse evento acontecesse. Além dela quero agradecer também a Gisele e a Dayse, que foram super profissionais e me apoiaram também.
Durante o evento contamos com a presença de alguns familiares e amigos de cada uma das pioneir. Também estiveram presentes pessoas importantes para o nosso setor, como o CMT Álvaro, CMT Gondar, e o CMT do CIABA.
Foi muito gratificante poder conhecer a cada uma dessas mulheres guerreiras, ser pioneira não é nada fácil, sei bem o que é isso!
Espero que todas tenham aproveitado o evento.
Valeeeeeeeuuuu, meninas!
quinta-feira, 25 de novembro de 2010
Mulheres Mercantes continuam esperando
Quero começar o post de hoje pedindo miiiiiil desculpas a todas e a todos que acompanham nosso Blog. Fiquei devendo postagens nesses últimos dias, pois estava atarefada com outros deveres do SINDMAR. Não foi por não querer gente. Me desculpem mesmo. Agora, a Laurinha está de volta e vamos continuar fazer nosso Blog ferver (rsrs).
Só que a noticia que eu trago hoje não é das melhores. Porém, não deixa de ser uma forma de demonstrar que está sendo feito alguma coisa para melhorar a vida de todas nós, Mulheres Mercantes.
Hoje pela manhã recebi da secretaria do SINDMAR o ofício que vocês terão acesso abaixo. Ele foi enviado pela Secretaria de Políticas para Mulheres ao presidente do Sindicato, Severino de Almeida, e justifica a demora para a consolidação do grupo de trabalho que irá tratar da questão da mulher grávida, como eu havia divulgado há meses.
A demora foi justificada pela troca de governo. Isso é normal. Entendo que o processo de transição tem que ser feito com cautela para que possamos saber quem poderá representar o estado neste grupo. Porém, esse adiamento pode se estender mais do que eu ou vocês imaginam. A indicação dessa pessoa para dar continuidade ao processo para criação de um projeto de lei pode ser bem demorada.
Mas quero deixar bem claro a todas mulheres mercantes que tanto eu como o SINDMAR não vamos esquecer disso. Um segredinho para vocês: isso é minha meta pessoal. Não abrirei mão de tal feito. Quero, quero e quero esse projeto. Vocês sabem como é ariana, não é?
Leiam o oficio e continuem a acompanhar o desenvolvimento deste processo aqui no nosso Blog. Qualquer novidade, contarei a todas e a todos.
Só que a noticia que eu trago hoje não é das melhores. Porém, não deixa de ser uma forma de demonstrar que está sendo feito alguma coisa para melhorar a vida de todas nós, Mulheres Mercantes.
Hoje pela manhã recebi da secretaria do SINDMAR o ofício que vocês terão acesso abaixo. Ele foi enviado pela Secretaria de Políticas para Mulheres ao presidente do Sindicato, Severino de Almeida, e justifica a demora para a consolidação do grupo de trabalho que irá tratar da questão da mulher grávida, como eu havia divulgado há meses.
A demora foi justificada pela troca de governo. Isso é normal. Entendo que o processo de transição tem que ser feito com cautela para que possamos saber quem poderá representar o estado neste grupo. Porém, esse adiamento pode se estender mais do que eu ou vocês imaginam. A indicação dessa pessoa para dar continuidade ao processo para criação de um projeto de lei pode ser bem demorada.
Mas quero deixar bem claro a todas mulheres mercantes que tanto eu como o SINDMAR não vamos esquecer disso. Um segredinho para vocês: isso é minha meta pessoal. Não abrirei mão de tal feito. Quero, quero e quero esse projeto. Vocês sabem como é ariana, não é?
Leiam o oficio e continuem a acompanhar o desenvolvimento deste processo aqui no nosso Blog. Qualquer novidade, contarei a todas e a todos.
Clique na imagem para ler o texto
quarta-feira, 24 de novembro de 2010
O Horóscopo da Laurinha - 2: o Machado e o ingresso num mundo novo
Este é um dos horóscopos que mais gosto, quando li a primeira vez há muitos anos, muitos mesmo... (rsrs), eu me identifiquei muito com o que dizia meu signo. Só faltava escrever Laura no fim. Espero que gostem da história e que as pessoas nascidas nesse período se identifiquem também.
A caravana de ciganos segue pela estrada. Os carroções coloridos, as mulheres com suas longas saias rodadas, os homens com uma expressão de mistério e força estampada no rosto. A noite cai e eles armam acampamento, acendem a fogueira, alimentam-se. Quantas e quantas vezes não erguem os olhos para observar o céu? Um povo que há séculos se abriga sob a luz da Lua e das estrelas certamente teve sua curiosidade despertada inúmeras vezes pelos corpos celestes. E, com mais certeza ainda, foi dessa curiosidade que brotou um sistema astrológico ligeiramente diferente do tradicional, mas igualmente fascinante e eficaz na condução do ser humano rumo ao autoconhecimento. Agora vocês vão conhecer a astrologia cigana, que se diferencia da nossa principalmente por não reconhecer planetas como Urano, Netuno e Plutão (que foram descobertos em datas mais recentes) e por utilizar símbolos relacionados ao seu cotidiano e à sua cultura.
Machado (de 22/11 a 21/12)
Símbolo: O Machado simboliza a aventura do desbravamento e o ingresso num mundo novo. Seu uso era imprescindível para o cotidiano dos ciganos: graças a essa ferramenta, a árvore podia ser transformada em lenha para cozinhar e em madeira para sustentar as tendas. Portanto, o Machado está associado à destruição dos obstáculos e à ação do homem sobre a natureza.
Características: O nativo de Machado tem a missão de abrir novos caminhos. Constantemente, a vida lhe impõe situações que o obrigam a desbravar fronteiras e ultrapassar obstáculos. Isso se aplica a todos os setores de sua existência. O Machado está sempre enfrentando situações novas, e uma boa parte desses desafios ele busca por vontade própria. Uma vez tendo conseguido seu intento, parte logo para o próximo embate. No trabalho, por exemplo, ele se caracteriza pelo pioneirismo e pelo ímpeto de fazer coisas originais. No amor, não se conforma em ficar acomodado a uma situação insatisfatória. Ele ousa, busca surpresas, aprimora o relacionamento de tal forma que uma nova emoção se apresente a cada dia. Se o parceiro não compartilhar do seu entusiasmo, o nativo de Machado terá dificuldade em se manter fiel. Ele ama a aventura em todas as suas manifestações: é apaixonado por esportes e viagens, gosta de manter contato com novas culturas e, acima de tudo, está sempre em busca de conhecimento - aprender é o seu lema. Idealista e dono de um senso de justiça bastante apurado, você luta pelas coisas que considera corretas e se rebela contra o conformismo.
Planeta regente: Júpiter
terça-feira, 23 de novembro de 2010
E assim se passaram 10 anos!
Aguardem que, em breve, teremos mais fotos e novidades.
A turma que se formou no ano de 2000 tem nove mulheres. Sete delas continuam a bordo e duas estão trabalhando em Capitanias, desfazendo assim o mito de que as mulheres não seguem carreira e evadem-se da profissão.
Foi um orgulho enorme poder estar nesse evento e ajudar na organização. Agradeço muito a todos que participaram junto comigo e puderam proporcionar um acontecimento tão bacana, onde pude ver o sorriso no rosto de cada uma ao reencontrar amigas depois de tanto tempo.
Eis a relação das nove oficiais:
ANA CLAUDIA GUIMARAES RIBEIRO BOUILLET
LUCIENE CUNHA DE OLIVEIRA
VALDENORA MARIA TRAVASSOS LOPES
LEOMAR DAS GRAÇAS MARTINS DE MORAES
HILDELENE LOBATO BAHIA
ANA PAULA SILVA SANCHES
VITÓRIA RÉGIA COELHO DA COSTA
ELENI DE LOURDES OLIVEIRA DA SILVA
JANAINA PINTO VEREDIANO
terça-feira, 16 de novembro de 2010
O Horóscopo da Laurinha - 1: Escorpião
As características de pessoas pelo signo sempre foi uma coisa que encantou. Até mesmo pelo meu signo, que sempre que leio parece que assinam "Laurinha" no final. A partir de hoje, e a cada segunda-feira, disponibilizarei no Blog algumas características do signo do mês. Mostrarei a vocês não só o horóscopo comum, como também outros que acabei descobrindo que existem. Alguns populares, outros nem tanto.
A minha ideia é que, além das previsões, possamos passar o significado de nomes e tirar algumas dúvidas sobre a Astrologia. Entãooooooo sintam-se à vontade para perguntar, hein.
Hoje, dia 16, estamos no período do mês para Escorpião. Aí vão algumas coisas legais para saber sobre este signo.
Características do Escorpião
É o oitavo signo do Zodíaco e é governado pelo planeta PLUTÃO. Os nascidos nesse signo têm personalidade intensa e profunda que lhes servem como fonte de energia emocional e física. Suas qualidades devem ser canalizadas positivamente para prevenir ciúmes e ressentimento, levando-o ao descontentamento. O Escorpião tem a reputação de ser um dos signos mais sexies do Zodíaco. Eles precisam ser sexualmente realizados, mas suas energias podem ser expressadas em formas diferentes. Seus dias devem ser bem organizados e aproveitados ao máximo para sentir satisfação. A cor tradicional do signo de Escorpião é o castanho e o vermelho.
Amor
Você pode ter dificuldades em desabafar seus problemas com amigos. Terapia muitas vezes pode ser a solução. O pessoal de Escorpião tem excelente capacidade para amar, o que contribui muito para o sucesso de suas relações amorosas. Sua má qualidade é o ciúme. Se isso realmente acontecer, poderá estragar sua relação amorosa para sempre.
Casa
Os cômodos de sua casa serão mais do que confortáveis. Todos os cômodos terão um ar sedutor e caloroso. Sua casa ideal será construída perto de um lago ou pelo menos em um jardim com fonte de água. Gostam especialmente de morar perto de cidades onde exista bastante movimento. Seu único problema é a privacidade, mas isso poderá ser resolvido com seu próprio escritório.
Lazer
Pesca: Porque o signo de Escorpião é um signo também da água, eles adoram ficar sentados em um banco pescando o dia inteiro.
Férias: Adoram se divertir, especialmente em hotéis cinco estrelas que oferecem muitas facilidades e conforto.
Viagens: Síria, Marrocos, Uruguai e Noruega.
Saúde
Alimento relacionado ao signo: tomate.
Simbolismo
Condimentos: Páprica e chili.
Erva: Hortelã.
Metais: Ferro e aço.
Animal: Besouro.
Cristais: Âmbar e opala.
Árvores: Todos os tipos de arbustos.
Flores: Gerânio e a maioria das flores de cor vermelho escuro.
Para ilustrar este post eis um vídeo que pesquei na internet sobre o signo "Escorpião" da peça "A dança dos signos", de Oswaldo Montenegro. Os que gostarem do Oswaldo vão adorar. Os que não gostarem não precisam ouvir. O interessante é que dá uma ideia geral sobre o signo.
segunda-feira, 15 de novembro de 2010
2.000 visitas!
Passamos de 2.000 visitas e já estamos com 22 seguidores em pouco mais de um mês. E já estamos sendo lidos em Singapura, na Rússia e na República da Coreia. Que luxo! Obrigado, geeeennnnteee!!!
sexta-feira, 12 de novembro de 2010
Juntos eles chegaram lá. Na mesma escola, no mesmo barco, numa só direção
A Natally estudou no CIABA. Foi de algumas turmas mais modernas que eu. Sempre muito caladinha, mas sempre simpática! Gente finiiiiiiiiissima... Transmite uma energia boa para todos. Leiam essa história de como está sendo embarcar com seu amor. Sorte que poucas estão tendo, né?
"Comecei na Marinha Mercante por acaso"
Ooi, Laurinha e meninas do Blog,
Ai vai a minha histórinha....
Comecei na Marinha Mercante por acaso. Estava estudando para ser Oficial da Polícia CFO em Recife. Como naquele ano não ia abrir CFO, resolvi fazer EFOMM. Conhecia pouco. Só o que falavam no cursinho. No começo não aceitei muito devido a interromper o meu desejo de seguir a carreira de Militar. Mas gostei do desafio que iria ter. Primeiro seria deixar a família e ir morar em Belém. Depois, embarcar.
Entrei no CIABA em 2005 e conheci o Diego Wamser no início do nosso primeiro ano. Começamos a namorar. Desde então, ele sempre está comigo. A gente estudava em 2006 e 2007 respectivamente no 2º e 3º ano de escola, sempre juntos. Escolhemos ser pilotos. Já sabíamos que seria difícil embarcar juntos, mas com muita força e determinação conseguimos fazer a praticagem na Transpetro N/T Brotas em 2008. Tivermos muito apoio a bordo e respeito do CMT e da tripulação.
Nosso maior desafio era conseguir ficar no mesmo navio, após a praticagem, devido ao Brotas não ter vagas. Conseguimos mais uma vez após o término da praticagem e retornando como piloto fomos para mesma empresa, a Transpetro N/T Diva. Mais uma vez fomos bem recebidos a bordo. Mostramos trabalho, respeito e determinação com os nossos deveres. Até porque a bordo sempre fomos profissionais. Falamos que da escada de portaló para baixo éramos casal, ao subir a escada éramos pilotos.
Então foi uma experiência muito grande. É muito bom estar ao lado de quem amamos e quando bate aqueles momentos de saudade da família posso matar um pouquinho com ele. Além do mais, Diego é meu melhor amigo a bordo. Posso contar com ele para tudo. Um sempre apóia o outro.
Agora estamos trabalhando em off shore e mais uma vez no mesmo barco e na mesma época. Acredito que Deus sempre está abençoando a gente porque sabemos que o mercado é grande, mas para ficar os dois juntos e difícil.
"É muito bom estar ao lado de quem amamos"
Espero que todas tenham gostado, essa é a minha história, torço para que todos os casais consigam embarcar juntos, vale muito a pena, sou feliz por isso...
beijos a todas
quinta-feira, 11 de novembro de 2010
A SAGA DE ISABELA, a Mulher Mercante que apenas queria ser mãe
Bem, meninas, quero contar para vocês a história da Isabela. Ela hoje está com seu bebezinho em casa e como não teve muito tempo para escrever, me contou a sua saga. A história é longa, mas merece ser lida.
Muitas de vocês devem conhecê-la. As que não conhecem saberão o tipo de pessoa que é: meiga, amiga e sensível, mas forte e guerreira. Ela está disposta a lutar por seus direitos. Através da sua história quer motivar a todas para que nunca desistam e não caiam diante de um momento tão sublime: ser MÃE.
Muitas de vocês devem conhecê-la. As que não conhecem saberão o tipo de pessoa que é: meiga, amiga e sensível, mas forte e guerreira. Ela está disposta a lutar por seus direitos. Através da sua história quer motivar a todas para que nunca desistam e não caiam diante de um momento tão sublime: ser MÃE.
Em janeiro deste ano, Isabela descobriu que estava grávida. Quanta alegriaaaaaaaaa. Mas mal sabia ela o que vinha pela frente. Geralmente, quando se está grávida, espera-se que só venham alegrias, mas não foi bem assim que aconteceu. Como é normal, ela avisou imediatamente a empresa, mesmo estando em casa repousando. Precisava comunicar que sua obstetra tinha solicitado afastamento de bordo devido às condições adversas que a embarcação teria e por se tratar de uma gravidez de certo risco.
Bom, que a embarcação não é ambiente para nenhuma gestante todas sabemos, não é? Independente de ser de risco ou não. A bordo não existe condição de se gerar uma vida! Mas vamos lá...
Após ter avisado a empresa, ela foi orientada para que enviasse um atestado médico para justificar sua ausência a bordo. E assim foi feito. Ela enviou um email para a empresa dizendo-se apta a trabalhar e exercer qualquer função que não fosse a bordo. A resposta foi: “Aguarde, estudaremos seu caso!”.
Quinze dias após a "brilhante" resposta e dias e dias estudando o caso, a melhor solução encontrada pela empresa foi que ela procurasse o INSS e entrasse com pedido de auxilio doença. Mesmo que todas nós saibamos que GRAVIDEZ NÃO É DOENÇA, ela seguiu a instrução da empresa, e, lógico, a previdência pública negou, alegando o que todas sabemos. Isabela foi orientada a procurar a empresa para fazer um acordo sobre seu caso.
Foi o que ela fez. Mandou um email para a empresa com os laudos da previdência. A resposta foi mais uma vez: “Aguarde, estamos estudando seu caso”. Passaram-se os dias e nenhum contato da empresa, nem telefone, nem email, nem carta. Nada, nada, nada...
Uma pausa e me pergunto: uma empresa tão grande como a NORSKAN não tem o setor de assistência social ou um RH?
Já era fim de março e nada foi feito. Aí veio a primeira surpresa: seu salário tinha sido depositado no incrível e absurdo valor de R$ 131. Isso mesmo. Pasmeeeeeeeem: cento e trinta e um reais.
Isabela ligou para a empresa para saber o motivo deste pagamento. Poderia ser um erro, não é? Mas não foi. A empresa alegou que foi descontado por ela não estar disponível para trabalhar. Lembrem-se: desde o primeiro email Isabela informou que estava totalmente à disposição da empresa. Só não poderia embarcar. Mas teria disponibilidade para trabalhar em estaleiros, escritórios etc.
No começo de abril, o senhor Silvio Goes, RH da referida empresa, entrou em contato com ela e fez as seguintes propostas: ou pedia uma licença não remunerada ficando em casa ou ia trabalhar em Macaé ganhando seu soldo básico, que girava em torno de R$ 2.700. Lógico que Isabela se revoltou:
“Achei um absurdo tudo isso. Primeiro, como é que eu posso ficar sem receber salário? Gestante, arrimo de família, precisando pagar as contas dentro de casa, minha mãe dependendo de mim e com um filho na barriga. Como iria sobreviver?”
Sem opção, Isabela aceitou trabalhar em Macaé, mas mesmo assim tentou negociar um salário diferenciado. Pelo menos o salário de quando estava desembarcada. Mas nenhum acordo foi feito. Nem mesmo a remarcação da passagem aérea que havia sido cancelada por ela não ter embarcado em fevereiro eles quiseram dar para que Isabela fosse para Macaé.
“Sem ter dinheiro, tive que pedir emprestado para pagar a remarcação da passagem aérea do Recife para o Rio, alimentação e locomoção do Rio para Macaé”.
Quando chegou ao Rio foi à sede da empresa e procurou o senhor Silvio Goes para que tentassem novamente chegar a algum acordo. Mais uma vez isso foi negado. Decidiu procurar o SINDMAR. Sabia que nessa hora sua força sozinha não iria resolver muita coisa.
“O Sindicato tentou entrar em acordo com a empresa, mas o Silvio Goes não aceitou nenhuma solicitação. Então, decidi lutar junto com o SINDMAR para resolver o meu problema e poder voltar a Recife para ter uma gravidez tranquila e ter meu filho junto com minha família”.
Chegando a Macaé, Isabela foi orientada a se hospedar no Hotel Lagos Copas, que, normalmente, hospeda os tripulantes da NORSKAN. Porém, quando chegou ao escritório da empresa, informaram que ela ficaria apenas dois dias no Lagos e que seria transferida para uma pousada. Bem, que mal tem não é? Hotel ou pousada o importante é ter onde ficar com dignidade para trabalhar. O problema é que a pousada para a qual ela foi mandada é algo difícil de acreditar. Com certeza, a pessoa que a encaminhou não sabe o que é uma grávida subir uma ladeira a pé. A pousada fica no alto de um morro. Até mesmo para pegar o ônibus para trabalhar ela tinha que se submeter a tamanho esforço que nem uma pessoa sem estar grávida teria facilidade em fazer. Mas ninguém dentro da empresa se preocupou com isso. Mesmo depois de Isabela ter reclamado.
Isabela então resolveu mais uma vez pedir intervenção do SINDMAR. Este a colocou em um hotel descente e condizente com sua situação de grávida até que a empresa tomasse tal atitude. Então, a NORSKAN resolveu trocá-la de hotel. Antes não fizesse, pois foi pior. Esse não era numa ladeira. O quarto, além de minúsculo, tinha cama de solteiro e ficava no segundo andar de um prediozinho sem elevador.
“Quando fui fazer o check-in, a pousada não sabia que eu estava grávida e me falaram que eu iria ficar em um quarto de solteiro no segundo andar. Era um quarto pequeno, não tinha nem como eu me locomover direito, além de não ter elevador. Como que a empresa não pensou em nada, que eu estava grávida, sem ter ninguém da minha família por perto? Como passar por tudo isso sozinha, sem ter nenhum apoio, apoio que teoricamente seria da empresa?”.
Quanto conforto que uma empresa como a NORSKAN poderia oferecer, hein?
Ela conseguiu ser transferida para um quarto no térreo, pensando que agora as coisas poderiam se acalmar. Foi trabalhar e, quando voltou, seu quarto estava aberto e tinham perdido as chaves. Argumentaram que era para limpeza, mas o quarto estava nas mesmas condições que ela havia deixado. Pelo menos na hora ela não percebeu se mexeram em alguma de suas coisas. Mas espera aí, que lugar decente é esse?
A NORSKAN não poderia transferí-la de imediato porque a pessoa responsável para tratar de tal assunto estaria na empresa somente na segunda feira; e era uma sexta. Mais uma vez o SINDMAR a retirou desse local imediatamente e a hospedou no hotel que estava anteriormente.
“Até hoje me pergunto o motivo da empresa ter me colocado em situações deste tipo. Será que a empresa não percebeu a situação em que eu me encontrava, gestante de cinco meses, tendo que ser transferida toda hora e carregando malas pesadas de lugar em lugar, me deixando nervosa, angustiada, porque estava longe de casa e da minha família?”
Um dia após tanta confusão, Isabela passou mal e não foi trabalhar. Ela foi levada para a emergência do Hospital de Macaé. Nesse mesmo dia, a NORSKAN resolveu mandá-la de volta para Recife e continuar pagando seu soldo básico, no valor de R$ 2.700 até o dia em que deu entrada na sua licença maternidade.
Agora, Isabela já deu a luz a um meninão lindooooooo. Está em casa cumprindo sua licença. Dia 5 de dezembro seu filhão completa 4 meses e então Isabela estará pronta para embarcar. Ela continua na mesma empresa e não pretende sair. Junto com o sindicato pretende lutar por todos os seus direitos que foram violados nesses meses e brigar pelas futuras grávidas para que elas não passem por isso.
Agora, Isabela já deu a luz a um meninão lindooooooo. Está em casa cumprindo sua licença. Dia 5 de dezembro seu filhão completa 4 meses e então Isabela estará pronta para embarcar. Ela continua na mesma empresa e não pretende sair. Junto com o sindicato pretende lutar por todos os seus direitos que foram violados nesses meses e brigar pelas futuras grávidas para que elas não passem por isso.
“Não quero que ninguém passe pelo que passei, foi horrível. Agora, depois de tudo, é que tenho consciência de que precisamos lutar para ter leis que nos protejam. Sou uma cidadã, pago impostos e trabalho para o nosso país da mesma forma que os homens. Por que não tenho direito de ser mãe?”.
Por que não tenho direito de ser mãe?
Grandes Mulheres - 1: Beatriz Ryff, a poetisa que desafiou os nazistas
Geeennnteee: as sugestões não param de chegar ao Blog. Um amigo mandou um recorte de uma nota publicada no jornal O Globo de hoje, na coluna do Ancelmo Goes sobre a Beatriz Ryff, poetisa comunista que fez 101 anos no último dia 8.
Decidi fazer uma série sobre "Grandes Mulheres". Espero que vocês gostem. Vem uma surpresa por aí.
Decidi fazer uma série sobre "Grandes Mulheres". Espero que vocês gostem. Vem uma surpresa por aí.
Quer saber mais sobre a Beatriz Ryff? Tem muita coisa no google. Clique aqui.
quarta-feira, 10 de novembro de 2010
Hora do recreio. Duas mulheres de verdade
Tenho andado muito séria e formal aqui no nosso Blog. Chegou a hora de dar uma relaxada. Mesmo falando sobre esse assunto que tanto me interessa: a MULHER. Mas ninguém é de ferro. Chegou o momento de dar uma provocadinha nos nossos amigos.Vejam o que recebi de ... um HOMEM. Desenho e texto. Quem mandou? Não digo.
Meu nome é MULHER!
Eu era a Eva
Criada para a felicidade de Adão
Mais tarde fui Maria
Dando à luz aquele
Que traria a salvação
Mas isso não bastaria
Para eu encontrar perdão.
Passei a ser Amélia
A mulher de verdade
Para a sociedade
Não tinha a menor vaidade
Mas sonhava com a igualdade.
Muito tempo depois decidi:
Não dá mais!
Quero minha dignidade
Tenho meus ideais!
Hoje não sou só esposa ou filha
Sou pai, mãe, arrimo de família
Sou caminhoneira, taxista,
Piloto de avião, policial feminina,
Operária em construção ..
Ao mundo peço licença
Para atuar onde quiser
Meu sobrenome é COMPETÊNCIA
E meu nome é MULHER !!!
Meu nome é MULHER!
Eu era a Eva
Criada para a felicidade de Adão
Mais tarde fui Maria
Dando à luz aquele
Que traria a salvação
Mas isso não bastaria
Para eu encontrar perdão.
Passei a ser Amélia
A mulher de verdade
Para a sociedade
Não tinha a menor vaidade
Mas sonhava com a igualdade.
Muito tempo depois decidi:
Não dá mais!
Quero minha dignidade
Tenho meus ideais!
Hoje não sou só esposa ou filha
Sou pai, mãe, arrimo de família
Sou caminhoneira, taxista,
Piloto de avião, policial feminina,
Operária em construção ..
Ao mundo peço licença
Para atuar onde quiser
Meu sobrenome é COMPETÊNCIA
E meu nome é MULHER !!!
terça-feira, 9 de novembro de 2010
segunda-feira, 8 de novembro de 2010
Com açúcar, com afeto e determinação
Amigas, companheiras, colegas de turma e de profissão, seguidoras e seguidores do nosso Blog Mulheres Mercantes: recebi hoje a informação de uma amigona que o blog objeto de crítica do CMT Jones em sua mensagem às Mulheres Mercantes e ao nosso Blog, emitiu de forma grosseira e deselegante uma resposta ao mesmo.
Quero reafirmar que o objetivo deste Blog, o nosso Blog, não é mergulhar em discussões e afrontas pessoais. A intenção que eu, Laura Teixeira, MULHER MERCANTE e AMANTE DA MINHA PROFISSÃO, tenho ao administrar este Blog é divulgar a todas as companheiras e companheiros de trabalho e também aos navegadores da internet, que nos honrarem com suas visitas, a oportunidade de descobrir uma profissão que poucos conhecem no Brasil, revelando a participação crescente das mulheres nesse meio. Meu objetivo é mostrar o tanto quanto possível o que somos como Mulheres Mercantes, plenamente capazes de desempenhar nossas funções a bordo, bem como, como vivemos além de nossa rotina de trabalho. Todo isto com a nossa visão, nossa perspectiva... Enfim, com o olhar da Mulher Mercante. A forma de expressão de pessoas que se dizem nossos companheiros, como a que me foi informada, só nos leva a lamentar o muito triste que é constatar que, em pleno século XXI, ainda somos “vítimas” de pessoas preconceituosas e machistas.
O que me impede de estar num local em que eu possa aprender? Alguém já nasce sabendo? Nunca escondi de nenhum de vocês o que tenho feito. Quem entre nós não sabe que sou a Delegada do SINDMAR, em Vitória? Estou nas revistas do meu sindicato, em seus boletins, palestro em seus eventos e tenho muito orgulho disso. O SINDMAR não é qualquer coisa. Quanto mais conheço sua estrutura e o trabalho de todos que o construíram e continuam construindo, mais o admiro, e sei mais e mais o que representa o SINDMAR na vida de milhares de companheiros e companheiras. Saibam ou não, elas e eles, disto. Naveguei durante dois anos e aprendi com dedicação o que pude sobre o meu trabalho a bordo. Estou construindo outro aprendizado, que é ser sindicalista. Como Delegada continuo aprendendo.
Estou na Delegacia para trabalhar e ajudar no que for possível. Gostaria de dividir o meu conhecimento com vocês. Este Blog não foi criado pelo nosso sindicato, mas, bem que poderia ter sido. Só tenho recebido de todos meus companheiros no SINDMAR estímulo e força. Pelo visto, parece existir quem ache que uma mulher não tem capacidade de criar um Blog e expressar suas opiniões! Apesar disto, estou determinada em não entrar em discussões infindáveis e a divulgar mensagens de pessoas que nos apoiam e que sabem o nosso verdadeiro valor. Pessoas que sabem reconhecer e incentivar a nossa atuação nesse setor.
Não li e não lerei o que foi comentado no tal blog. Tenho respeito e dou valor suficiente ao meu tempo para não desperdiçá-lo com o que não vale a pena. Mas quero registrar o meu total apoio ao Jones, meu amigo e figura pela qual tenho imenso respeito e admiração. Ele não chegou a ser o comandante que é, de forma leviana. É companheiro que sempre apoiou a presença de todas nós nesse mercado de trabalho.
Nosso Blog não será veículo para ofensas e deselegâncias. Não foi isso que pensei ao criar este Blog, que tanto tem me dado prazer. Nós, mulheres, somos o seu combustível. A minha principal contribuição é encher seus textos com açúcar e com afeto e postá-los.
domingo, 7 de novembro de 2010
E tem gente que AINDA acha que lugar de mulher é na cozinha!
Imagem ilustrativa. O texto na íntegra está abaixo
Recebi de um amigo o link dessa reportagem que saiu hoje na Folha de S. Paulo. Precisa dizer mais alguma coisa?Super Poderosas
Empresária, em cargos de chefia de equipes ou na mídia, mulher conquista espaço no masculino mundo da F-1
DE SÃO PAULO
DE SÃO PAULO
Foi-se o tempo em que mulher na F-1 era sinônimo apenas das famosas "grid girls".
Seja como empresárias, dirigentes ou na TV, cada vez mais elas usam a sensibilidade e o charme femininos para ocupar cargos importantes num esporte tradicionalmente dominado por homens.
Veterana da turma, a alemã Sabine Kehm, 45, começou como jornalista, virou assessora de imprensa de Michael Schumacher e, no começo do ano, foi promovida a empresária do maior campeão da história da F-1.
"Há dez, 15 anos, era mais difícil, porque o número de mulheres era bem menor. Mas agora, após tanto tempo, a F-1 já é quase uma família para mim", fala Sabine, que hoje circula com desenvoltura pelos paddocks.
"Agora que estou como empresária do Michael, sinto as pessoas um pouco surpresas por isso. Mas, no final, eu vejo algumas vantagens."
Uma delas, diz, é ter uma percepção diferente em determinadas situações. Algo que ajudou Monisha Kaltenborn, 38, diretora da Sauber desde o começo deste ano. É a primeira mulher a ocupar cargo tão alto numa equipe.
Ex-chefe do departamento jurídico do time, a indiana teve de comandar um grande processo de cortes. "Por ser mulher, encarei a situação de um jeito diferente, mais de perto", avalia ela. "Não quero dizer que fiz isso melhor do que um homem faria, mas tive uma visão diferente por ser mais emocional."
Há menos tempo na F-1, Oksana Kossatchenko, 44, empresária de Vitaly Petrov, também vê vantagens em ser mulher. "Especialmente se você é russa", brinca.
"Podemos ser rudes também. Para nós, não existe cinza. Ou é preto ou é branco", completa a loira de olhos azuis, que diz usar sua intuição para saber se deve ou não confiar em alguém.
Logo que começaram, porém, todas elas dizem ter sofrido com o preconceito. A última a enfrentar isso foi a escocesa Lee McKenzie, 32, repórter da TV inglesa BBC.
No Japão, Lee tornou-se a primeira mulher em 60 anos de cobertura da tradicional rede a ancorar a transmissão de um fim de semana de GP.
Além da desconfiança de parte do público, teve de encarar duas horas de espera pela classificação, que não ocorreu. Depois, fez o treino oficial e prova no mesmo dia.
"Muita gente achou que eu só tinha conseguido esta chance por ser uma mulher. Mas foi bom para mim, porque ficar tanto tempo ao vivo abriu os olhos de muita gente", afirma. "Não quero ser vista como uma garota com um microfone e um batom. Quero que me reconheçam pela minha competência."
Como a chegada delas a este mundo é relativamente recente, muitos ainda se surpreendem e cometem gafes.
Sabine conta que várias vezes foi confundida com a secretária de Schumacher.
Oksana foi confundida com a mãe de Petrov. "O que às vezes sou um pouco também", afirma a empresária.
E Monisha, com uma tradutora de Peter Sauber por um chefe de time -mas que ela não revela o nome.
A dirigente, porém, acredita que as coisas estão mudando. "A sociedade está sofrendo uma transição. As pessoas estão mais acostumadas, e nós mesmas estamos mais relaxadas", diz.
"Parte da culpa é nossa, nos cobramos demais", diz a mãe de dois filhos, que se desdobra para conciliar a vida itinerante com a educação das crianças. "Tenho sorte de ter marido e família que me ajudam", afirma a indiana.
Oksana não teve a mesma sorte. Seu namorado a deixou, pois "se sentia como uma bagagem". "Azar o dele", fala a empresária, que ainda viaja acompanhada. Agora por três livros.(CAROLINA ARAÚJO E TATIANA CUNHA)
Seja como empresárias, dirigentes ou na TV, cada vez mais elas usam a sensibilidade e o charme femininos para ocupar cargos importantes num esporte tradicionalmente dominado por homens.
Veterana da turma, a alemã Sabine Kehm, 45, começou como jornalista, virou assessora de imprensa de Michael Schumacher e, no começo do ano, foi promovida a empresária do maior campeão da história da F-1.
"Há dez, 15 anos, era mais difícil, porque o número de mulheres era bem menor. Mas agora, após tanto tempo, a F-1 já é quase uma família para mim", fala Sabine, que hoje circula com desenvoltura pelos paddocks.
"Agora que estou como empresária do Michael, sinto as pessoas um pouco surpresas por isso. Mas, no final, eu vejo algumas vantagens."
Uma delas, diz, é ter uma percepção diferente em determinadas situações. Algo que ajudou Monisha Kaltenborn, 38, diretora da Sauber desde o começo deste ano. É a primeira mulher a ocupar cargo tão alto numa equipe.
Ex-chefe do departamento jurídico do time, a indiana teve de comandar um grande processo de cortes. "Por ser mulher, encarei a situação de um jeito diferente, mais de perto", avalia ela. "Não quero dizer que fiz isso melhor do que um homem faria, mas tive uma visão diferente por ser mais emocional."
Há menos tempo na F-1, Oksana Kossatchenko, 44, empresária de Vitaly Petrov, também vê vantagens em ser mulher. "Especialmente se você é russa", brinca.
"Podemos ser rudes também. Para nós, não existe cinza. Ou é preto ou é branco", completa a loira de olhos azuis, que diz usar sua intuição para saber se deve ou não confiar em alguém.
Logo que começaram, porém, todas elas dizem ter sofrido com o preconceito. A última a enfrentar isso foi a escocesa Lee McKenzie, 32, repórter da TV inglesa BBC.
No Japão, Lee tornou-se a primeira mulher em 60 anos de cobertura da tradicional rede a ancorar a transmissão de um fim de semana de GP.
Além da desconfiança de parte do público, teve de encarar duas horas de espera pela classificação, que não ocorreu. Depois, fez o treino oficial e prova no mesmo dia.
"Muita gente achou que eu só tinha conseguido esta chance por ser uma mulher. Mas foi bom para mim, porque ficar tanto tempo ao vivo abriu os olhos de muita gente", afirma. "Não quero ser vista como uma garota com um microfone e um batom. Quero que me reconheçam pela minha competência."
Como a chegada delas a este mundo é relativamente recente, muitos ainda se surpreendem e cometem gafes.
Sabine conta que várias vezes foi confundida com a secretária de Schumacher.
Oksana foi confundida com a mãe de Petrov. "O que às vezes sou um pouco também", afirma a empresária.
E Monisha, com uma tradutora de Peter Sauber por um chefe de time -mas que ela não revela o nome.
A dirigente, porém, acredita que as coisas estão mudando. "A sociedade está sofrendo uma transição. As pessoas estão mais acostumadas, e nós mesmas estamos mais relaxadas", diz.
"Parte da culpa é nossa, nos cobramos demais", diz a mãe de dois filhos, que se desdobra para conciliar a vida itinerante com a educação das crianças. "Tenho sorte de ter marido e família que me ajudam", afirma a indiana.
Oksana não teve a mesma sorte. Seu namorado a deixou, pois "se sentia como uma bagagem". "Azar o dele", fala a empresária, que ainda viaja acompanhada. Agora por três livros.(CAROLINA ARAÚJO E TATIANA CUNHA)
sábado, 6 de novembro de 2010
Nessa vida nada se cria, tudo se copia
Sucesso nas rádios, nas baladas e nos carros de quem aprecia música eletrônica, Pa Panamericano nada mais é do que uma adaptação de uma antiga música. A versão moderna é da dupla australiana Yolanda Be Cool, cujo nome vem de uma clássica cena do filme "Pulp Fiction", lançada em fevereiro desse ano, ficou em primeiro lugar nas paradas belga, austríaca, tcheca, dinamarquesa, finlandesa alemã, húngara, irlandesa, holandesa, escocesa, eslovaca, suíça, sueca, norueguesa e inglesa.
O som com cara de jazz antigo não é à toa: a base da música é um sample de “Tu Vuò Fa’ L’Americano”, do célebre cantor italiano Renato Carosone, que fez sucesso nos EUA durante a década de 50. A letra fala de um italiano de costumes muito americanizados.
Marcela: "Casamento é cansativo, mas vale a pena"
Vejam que linda mensagem recebi da Marcela contando sobre o seu casamento:
"Oi Laurinha,
Aí vai a minha história com o Tavares (é assim que muitos conhecem, né? - ...rs)
Bom, foram seis meses que tive para organizar tudo. Na verdade foram três meses, pois, nos outros três, eu estava embarcada. Mas tive a ajuda da minha irmã, do meu marido (na época noivo) e de uma grande amiga. Para me organizar fiz uma lista de prioridades dos ítens que tinham que ser fechados em cada desembarque.
Mesmo com pouco tempo nunca fechava um contrato na primeira visita. Sempre pesquisava os preços e a qualidade do profissional. Para ter ideias olhava sites de casamento na internet e muitas fotos também. Um profissional que pode ajudar bastante na organização é o cerimonialista, pois ele ajuda a tomar decisões e a procurar bons profissionais. Confesso que é um pouco cansativo, mas vale muito a pena. É um dia inesquecível!!!
Laura: se alguém quiser mais alguma dica pode me escrever, tá?.
Bjossss a todas do Blog".
sexta-feira, 5 de novembro de 2010
Mulheres na Marinha Mercante - 5. "O mundo conspirou a meu favor. Hoje sou Cristina, CMTE/10N"
Cristina Martins é a primeira mulher a manobrar e a comandar um rebocador ASD (AZIMUTAL). Ela está na área portuária desde 14 de maio de 2010. Fez um intenso treinamento nas bases portuárias de Santos, Paranaguá e, agora, Angra dos Reis. Mais uma conquista.
Parabéns, parabéns, parabéns.
Ela me contou tudo. E no final ainda fez uma oferta de emprego.
Parabéns, parabéns, parabéns.
Ela me contou tudo. E no final ainda fez uma oferta de emprego.
"Somente com a experiência é que vamos
adquirindo confiança e nos tornando bons profissionais".
“Olá, Laura, boa noiteDesculpe a demora, pois estou embarcada no momento e durante o dia é um tanto complicado para mim.
Bom... mas... Vamos lá...
Primeiramente quero deixar claro que me sinto realizada em trabalhar em uma área que gosto muito que é a da Marinha Mercante. Trabalhar no mar e manobrar.
Tudo começou na EFOMM – CIABA, em Belém do Pará, onde me formei em 2002/2003. Fiz o PREST e o PIM nos navios da Transpetro no NT/Candiota e no NT/Itaituba, logo depois que cumpri minha grade curricular. Fui trabalhar na área de offshore, começando pela empresa AstroMarítima como piloto, onde passei um mês. Logo depois fui para a Finarge do Brasil, como Imediato, onde fiquei quatro anos trabalhando em rebocadores PSV-Supply, Oil Recovery, segurando popa de navio aliviador, e, por fim, em rebocadores de mergulho, no TFO. Ufa! Foi uma experiência muito boa e diversificada.
Em 2006 fiquei grávida e tive que parar de embarcar. Passei um ano e oito meses sem trabalhar para cuidar do meu filho, o Matheus (hoje com três anos de idade). Voltei em 2009, com um convite da Smit, para comandar um de seus rebocadores azimutais espalhados pelos portos brasileiros como em Paranaguá, Angra dos Reis, Sepetiba, Santos, Vitória e São Luiz do Maranhão.
A Smit me convidou para fazer parte de um projeto muito interessante que, na verdade, ainda não se concretizou. Mas estamos trabalhando para alcançar nosso objetivo, que é montar o primeiro rebocador portuário do Brasil com uma tripulação feminina. Achei uma idéia muito interessante e desafiadora. Então aceitei a proposta na hora.
Só que não foi tão fácil assim, pois no porto ainda não havia mulheres no comando. Então, comecei meu treinamento, pois particularmente quando o comandante e a tripulação ainda não estão familiarizados com os rebocadores azimutais ASD (Azimuth Astern Drive) precisa-se de um extensivo e dedicado treinamento com o sistema. Tive um grande apoio da empresa e de seus comandantes que me auxiliaram até aqui.
Após um ano de treinamento em Santos, depois em Paranaguá, e, logo após, em Angra dos Reis, onde assumi o comando do Rebocador ASD Smit Tupari, fiquei muito feliz. Me senti realizada, e, nas primeiras manobras no comando, quando avistava o navio e ia navegando de encontro ao mesmo, sentia um "frio na barriga". Ter que encostar num navio em movimento com até 10 nós de velocidade não é muito fácil. Requer bastante habilidade, atenção, paciência, tranquilidade e muito zelo pela segurança, pois é uma manobra arriscada se houver algum erro.
Mas hoje, seis meses depois de ter assumido o comando, estou me tornando mais confiante a cada manobra. Somente com a experiência é que vamos adquirindo confiança e nos tornando bons profissionais.
Graças a Deus estou aqui. Acreditei e confiei que iria conseguir. Percebi que desde o primeiro momento que me dediquei ao meu objetivo que o mundo conspirou ao meu favor e deu tudo certo no final.
Deixo meus agradecimentos a todos que me apoiaram e que acreditaram em minha capacidade.
Hoje, sou Cristina, CMTE/1ON !!!!
Bom, Laura, gostaria até que você fizesse um favor para mim. Se você souber de alguma marinheira para embarcar, me avisa. Vamos lotar nossa embarcação de mulheres".
quinta-feira, 4 de novembro de 2010
Mulheres na Marinha Mercante - 4. A casa das 7 mulheres?! Não, o navio das 12 mulheres
Da esquerda para a direita: Shayane, Taisa (blusa vermelha), Paula,
Roberta (blusa azul), Nádia, Gisele e Cintia (alto); Paula e Janaina (embaixo)
Para aqueles que ainda duvidam de nossa capacidade aqui está mais um bom exemplo de que somos siiiiiiiiiim capazes de tripular nossas embarcações e que somos tão capazes quanto quaisquer outros tripulantes.
Estas guerreiras estão todas a bordo do BW BORG, embarcação gaseira que fica em Suape, recebendo e aliviando gás. Algumas delas estudaram no CIABA na época em que eu estava na escola e agora, juntas, fazem parte de uma tripulação que orgulha todas nós nesse setor.
Mas pera aí! Falei em 7 no título, brinquei com a foto do especial da Globo e botei uma foto com nove mulheres! Tem mais. Mas vocês sabem como é difícil juntar 12 mulheres ao mesmo tempo. Porém não poderia jamais deixar de botar as fotos de todas.
As 12 mulheres por funções são:
Oficiais de Máquinas: Cíntia, Gisele, Shayane e Ellen
Oficiais de Náutica: Taisa, Danielle, Janaina e Paula Noronha
Taifeiras: Paula, Roberta, Nadia e Mayra
Por isso: identifiquem e identifiquem-se com mais essas duas fotos abaixo e o texto que a Cintia me enviou.
Parabééééééééns meninas!!!!"
Ellen, Gisele, Paula, Danielle, Taisa e Nadia
A tarifeira Paula, Shayane, Taisa e Cintia
“Oi LaurinhaQuero dividir com você e com todas do Blog o orgulho que tenho de estar em um navio que é uma verdadeira ilha de Mulheres Marítimas.
É muito bom trabalhar com as meninas. Podemos contar uma com a outra sempre. Constantemente fazemos reuniões no camarote após o expediente para conversar, comemorar aniversários ou somente para quebrar a rotina. Dessa forma o tempo passa mais rápido e os dias a bordo ficam bem agradáveis.
No início foi complicado para as primeiras meninas que chegaram ao navio, como em qualquer situação onde as mulheres "quebram barreiras" e ocupam lugares anteriormente masculinos. Houve discriminação e situações embaraçosas. Mas nós conquistamos o nosso espaço e somos valorizadas pelo nosso trabalho.
Foi uma experiência que deu muito certo. Temos orgulho disso e sempre lutamos para preservar esse espaço conquistado na empresa.
Mulheres Marítimas: força, dedicação e Comprometimento!
beijinho a todas!!!
Cintia".
quarta-feira, 3 de novembro de 2010
Mulheres na Marinha Mercante - 3. Joana Teixeira: "Fiz a escolha certa!"
Acabo de receber mensagem da minha irmã Joana, que está embarcada na Turquia. Faço questão de dividir essa leitura com vocês.
"Oi meninas, meu nome é Joana Feitosa Teixeira, sou formada em Náutica, turma 2007-2009 pelo CIABA.
Estou no meu período de praticagem no navio N/M Norsul Tubarão, da empresa Norsul.
Tenho um motivo muito especial de estar aqui escrevendo para vocês. Sou irmã da Laura, idealizadora deste espaço que considero precioso para nós mulheres nesta profissão.
Um breve resumo de como vim parar aqui. Conheci a escola CIABA, através da minha irmã. Ela foi a pioneira na família. Depois dela vieram mais alguns, como primos, amigos, irmão, e eu, claro. No começo relutei por não gostar do “regime militar”, porém, depois de analisar um pouco mais com calma, vi que isto seria fácil de enfrentar, já que as vantagens superavam as desvantagens.
Minha irmã sempre comentava da vida a bordo, das viagens que fazia, das pessoas que conhecia etc. Daí percebi que, além de promissora, a carreira era muito interessante. Além do mais era apenas três anos de escola; então resolvi enfrentar.
Tentei o concurso várias vezes, mas, enfim, passei! Uff... Como disse no inicio estou no meu período de praticagem ou estágio, como queiram. Meu navio está em Istambul, na Turquia, docando. Levamos 36 dias para poder chegar até aqui e até agora não temos previsão de voltar ao Brasil. Esta viagem está sendo uma experiência única, tanto pelo lado pessoal quanto pelo lado profissional. Pelo lado pessoal é difícil ficar longe de todos que gostamos, parentes e amigos. Mas é muito prazeroso poder conhecer outros países e outras culturas. Pelo lado profissional está sendo de grande valia todo o aprendizado, pois podemos colocar em prática o que foi visto em sala de aula.
Em alguns momentos da viagem me sentia desanimada ou em dificuldades por estar longe de quem gosto e ao mesmo tempo tendo que lidar com o novo. Nessas horas sempre tinha algo que compensava isso tudo, como golfinhos nos acompanhando, baleias saltando como um lindo balé, por do sol, o nascer de uma lua cheia e a vontade de chegar no outro lado do mundo; coisa que eu jamais pensaria em fazer.
Na docagem temos a oportunidade de conhecer realmente como é um navio por dentro e por fora. Ainda sinto dificuldade com relação a espaços confinados. Por exemplo, quando temos que entrar em um tanque duplo fundo ou elevado. Estou tentando lidar com esse fato .Estamos em um dique seco, o que nos permite examinar o casco do navio por inteiro, seu leme e sua hélice. Isso é incrível, porque uma coisa é estar lá em cima no passadiço acompanhando a navegação. A gente não tem a real noção do tamanho que somos em relação a esse gigante.
Hoje pelo pouco que já vivi nessa profissão sei que fiz a escolha certa. Tenho muita satisfação no que faço e sei que sou capaz de vencer sempre, não importam as barreiras. Recomendo a outros que o façam, pois, além de sermos bem remunerados, temos boas oportunidades de viagens.
Mulheres Mercantes, parabéns a todas!"
"Esta viagem está sendo uma experiência única, tanto pelo
lado pessoal quanto pelo lado profissional".
"Oi meninas, meu nome é Joana Feitosa Teixeira, sou formada em Náutica, turma 2007-2009 pelo CIABA.
Estou no meu período de praticagem no navio N/M Norsul Tubarão, da empresa Norsul.
Tenho um motivo muito especial de estar aqui escrevendo para vocês. Sou irmã da Laura, idealizadora deste espaço que considero precioso para nós mulheres nesta profissão.
Um breve resumo de como vim parar aqui. Conheci a escola CIABA, através da minha irmã. Ela foi a pioneira na família. Depois dela vieram mais alguns, como primos, amigos, irmão, e eu, claro. No começo relutei por não gostar do “regime militar”, porém, depois de analisar um pouco mais com calma, vi que isto seria fácil de enfrentar, já que as vantagens superavam as desvantagens.
Minha irmã sempre comentava da vida a bordo, das viagens que fazia, das pessoas que conhecia etc. Daí percebi que, além de promissora, a carreira era muito interessante. Além do mais era apenas três anos de escola; então resolvi enfrentar.
Tentei o concurso várias vezes, mas, enfim, passei! Uff... Como disse no inicio estou no meu período de praticagem ou estágio, como queiram. Meu navio está em Istambul, na Turquia, docando. Levamos 36 dias para poder chegar até aqui e até agora não temos previsão de voltar ao Brasil. Esta viagem está sendo uma experiência única, tanto pelo lado pessoal quanto pelo lado profissional. Pelo lado pessoal é difícil ficar longe de todos que gostamos, parentes e amigos. Mas é muito prazeroso poder conhecer outros países e outras culturas. Pelo lado profissional está sendo de grande valia todo o aprendizado, pois podemos colocar em prática o que foi visto em sala de aula.
"Na docagem temos a oportunidade de conhecer
realmente como é um navio por dentro e por fora".
Durante a travessia tive a oportunidade de aprender muitas coisas relacionadas à navegação e a segurança de bordo. Notei que o inglês é de grande utilidade, pois por várias vezes precisamos solicitar prático e combinar manobras, além do que, aqui no estaleiro, usamos este idioma para nos comunicar com o pessoal do gerenciamento, da segurança e da classificadora, entre outros.Em alguns momentos da viagem me sentia desanimada ou em dificuldades por estar longe de quem gosto e ao mesmo tempo tendo que lidar com o novo. Nessas horas sempre tinha algo que compensava isso tudo, como golfinhos nos acompanhando, baleias saltando como um lindo balé, por do sol, o nascer de uma lua cheia e a vontade de chegar no outro lado do mundo; coisa que eu jamais pensaria em fazer.
Na docagem temos a oportunidade de conhecer realmente como é um navio por dentro e por fora. Ainda sinto dificuldade com relação a espaços confinados. Por exemplo, quando temos que entrar em um tanque duplo fundo ou elevado. Estou tentando lidar com esse fato .Estamos em um dique seco, o que nos permite examinar o casco do navio por inteiro, seu leme e sua hélice. Isso é incrível, porque uma coisa é estar lá em cima no passadiço acompanhando a navegação. A gente não tem a real noção do tamanho que somos em relação a esse gigante.
Hoje pelo pouco que já vivi nessa profissão sei que fiz a escolha certa. Tenho muita satisfação no que faço e sei que sou capaz de vencer sempre, não importam as barreiras. Recomendo a outros que o façam, pois, além de sermos bem remunerados, temos boas oportunidades de viagens.
Mulheres Mercantes, parabéns a todas!"
terça-feira, 2 de novembro de 2010
Mulheres na Marinha Mercante - 2. Comandante Jones: "A atitude da maioria das mulheres do Mar foi fundamental para que se firmassem a bordo"
Mensagem que recebi do comandante Jones.
"Prezada Laura,
Bom dia,
Inicialmente, gostaria de parabenizá-la pela iniciativa do Blog Mulheres Mercantes.
Todos sabemos que este tipo de conversação surgiu primeiramente como mais uma forma de diálogo informal entre os formadores do Blog e seus diversos círculos de amizade. Além disto, hoje em dia, este tipo de veículo de comunicação, quando feito por pessoas com ética e valores como você, representa também uma importante fonte de informação e/ou conhecimento para não somente as pessoas conhecidas, mas, também, às milhões de pessoas desconhecidas e que trafegam 24 horas por dia pela web. Pontuei anteriormente em negrito as palavras Ética e Valores, pois, neste cenário que vivemos de excesso de informação, surgem, ao mesmo tempo que o seu Blog, exemplos de outros Blogs onde não existem estes dois pontos fundamentais para a nossa vida, seja ela virtual ou real. Na Internet também temos que ter ética e valores. Na internet também temos que ser responsáveis por aquilo que publicamos e mostramos, pois, os leitores do Blog quando bem informados, podem devidamente transformar informação em conhecimento. Isto requer análise e conteúdo. Na Internet também temos que ter Educação.
Seu Blog é um exemplo disto.
E digo mais. Sugiro que utilize, de maneira humilde e proativa, este seu espaço de lazer e comunicação para igualmente ser uma fonte séria e correta de informações para o meio marítimo, a fim de que nossas colegas e nossos colegas não sejam influenciados por falsos representantes de nossa classe que se intitulam fontes de informação e conhecimento para o pessoal do Mar.
Vou dar um exemplo ruim disto que venho falando. O chamado Blog Mercante (sic).
Este Blog, ao mesmo tempo que publica alguns posts de informação do meio marítimo utilizando as teclas de copiar e colar, ou seja não cria nada, emite opiniões e justificativas para os mais diversos assuntos de interesse da comunidade marítima. Porém, e, alerto a todas as leitoras e leitores do seu Blog, que falta ao Blog Mercante (sic) quatro elementos fundamentais para falar em nosso nome – Conteúdo, Legitimidade, Representatividade e Educação.
Na maioria, os blogueiros são marítimos que têm muito pouco tempo de embarque, milhas navegadas ou mesmo experiência no Mar. E falta de vontade de estudar a respeito. Na maioria, são pessoas que discorrem sobre os assuntos sem levar em consideração os aspectos macro das questões. Exemplo disto: desconhecem as causas e conseqüências da luta para a implantação e manutenção da RN-72, desconhecem a importância da participação do oficial mercante brasileiro em fóruns internacionais como fator de visibilidade e força política; desconhecem os graves problemas gerados pelas bandeiras de conveniência e as batalhas que temos que travar para não difundi-las em nossas águas jurisdicionais, etc, etc.
Falta-lhes visão geopolítica e estratégica. E falta-lhes educação para discutir estes temas. Os textos daqueles garotos são virulentos, atacando por diversas vezes a honra e a moral de outras pessoas e instituições que nunca lhes fizeram o mesmo. Atacando pessoas mais velhas, em termos de idade e experiência no Mar, as quais, merecem toda nossa consideração e apreço. Veja bem, não estou querendo dizer com isto que não deva haver o contraditório. Ele é muito importante e deve ser estimulado. Mas, uma coisa é colocar uma posição contrária a respeito de um assunto. Todas as opiniões são consideráveis. Outra coisa, bem diferente, é atacar violentamente o conceito e as atitudes da outra parte, com palavras grosseiras. Isto não é comportamento digno de um oficial mercante e nem de uma outra profissão qualquer.
O que existe na verdade é uma guerra pelo poder de um sindicato e de uma classe que, nos últimos 10 anos, teve enormes avanços, em todos os sentidos.
Mas o pior de tudo isso é a face narcisística do seu principal blogueiro. Ele, sendo manipulado por forças ocultas, um marionete, se arrota no direito de estabelecer posições e emitir opiniões junto aos órgãos que trabalham junto conosco como a DPC, etc, como se estivesse falando em nome da classe maritima. Porém, relembro, são todos julgamentos sem o devido conhecimento de causa e que, na verdade, nos causam perda de prestígio, pela baixa qualidade das afirmações erigidas pelo Blog Mercante (sic).
Permita-me dar um aviso sobre isto aos seus leitores, especialmente aos mais jovens:
O Blog Mercante (sic) não fala em nome da classe marítima. Procurem outras fontes de informação que tenham mais ética e valores e que, especialmente, tenham conteúdo, legitimidade, representatividade e educação, como o Blog Mulheres Mercantes, o site do Sindmar ou o site do CCMM (Centro de Capitães da Marinha Mercante).
Bem, após este início, gostaria de mudar de assunto e falar a respeito da minha experiência com mulheres a bordo.
Desde a primeira turma de oficiais formadas pela EFOMM, já estiveram embarcadas comigo estagiárias, praticantes, oficiais etc. Procurei, desde o início, quando a presença de mulheres marítimas a bordo era uma grande novidade, trabalhar dois aspectos com elas:
O primeiro era aprimorar o seu desenvolvimento profissional de uma maneira irrestrita. Sempre disse que elas são capazes de fazer tudo o que os homens marítimos fazem. E não media esforços para isto, fazendo inclusive treinamento de ordem e impostação de voz de comando para manobras com as praticantes. Isto é um bom exemplo da postura que também cobrava delas a bordo. A atitude da maioria das mulheres do Mar foi fundamental para que se firmassem a bordo, tanto quanto seu desenvolvimento profissional. Digo, a maioria, pois, como em qualquer profissão, existem os bons e os maus profissionais. Na questão das mulheres não seria diferente.
Esta fase de afirmação acredito estar concluída. Contudo, uma fase até mais importante se avizinha para as Mulheres do Mar e aí aparece o segundo aspecto que procurei trabalhar com todas que embarcaram comigo – o Comando a bordo.
Brevemente, será o período em que vocês irão, cada vez mais, ocupar postos de comando a bordo, tanto na área de náutica quando na área de máquinas. As velhas comparações e preconceitos começarão a surgir novamente. Cabe a todas vocês estarem preparadas em dobro para dar as respostas corretas. Digo em dobro, pois, a partir de vocês, é que dois paradigmas da nossa sociedade podem ser quebrados. O primeiro diz respeito ao papel do homem na formação e cuidado do lar e dos filhos. E o segundo, fala sobre questões de carreira profissional e ambiente a bordo com mulheres no comando. Aspectos como inteligência emocional e social devem ser mais estimulados a bordo.
Podemos discutir mais a respeito em outras ocasiões.
Foi uma alegria e uma honra ter participado deste exemplar Blog de Mulheres do Mar.
Minha foto segue em anexo.
Fiquem com Deus.
Atenciosamente,
Best Regards,
Jones A. B. Soares
CLC-Comandante"
Comandante Jones: "As velhas comparações e preconceitos começarão a surgir novamente.
Cabe a todas vocês estarem preparadas em dobro para dar as respostas corretas".
"Prezada Laura,
Bom dia,
Inicialmente, gostaria de parabenizá-la pela iniciativa do Blog Mulheres Mercantes.
Todos sabemos que este tipo de conversação surgiu primeiramente como mais uma forma de diálogo informal entre os formadores do Blog e seus diversos círculos de amizade. Além disto, hoje em dia, este tipo de veículo de comunicação, quando feito por pessoas com ética e valores como você, representa também uma importante fonte de informação e/ou conhecimento para não somente as pessoas conhecidas, mas, também, às milhões de pessoas desconhecidas e que trafegam 24 horas por dia pela web. Pontuei anteriormente em negrito as palavras Ética e Valores, pois, neste cenário que vivemos de excesso de informação, surgem, ao mesmo tempo que o seu Blog, exemplos de outros Blogs onde não existem estes dois pontos fundamentais para a nossa vida, seja ela virtual ou real. Na Internet também temos que ter ética e valores. Na internet também temos que ser responsáveis por aquilo que publicamos e mostramos, pois, os leitores do Blog quando bem informados, podem devidamente transformar informação em conhecimento. Isto requer análise e conteúdo. Na Internet também temos que ter Educação.
Seu Blog é um exemplo disto.
E digo mais. Sugiro que utilize, de maneira humilde e proativa, este seu espaço de lazer e comunicação para igualmente ser uma fonte séria e correta de informações para o meio marítimo, a fim de que nossas colegas e nossos colegas não sejam influenciados por falsos representantes de nossa classe que se intitulam fontes de informação e conhecimento para o pessoal do Mar.
Vou dar um exemplo ruim disto que venho falando. O chamado Blog Mercante (sic).
Este Blog, ao mesmo tempo que publica alguns posts de informação do meio marítimo utilizando as teclas de copiar e colar, ou seja não cria nada, emite opiniões e justificativas para os mais diversos assuntos de interesse da comunidade marítima. Porém, e, alerto a todas as leitoras e leitores do seu Blog, que falta ao Blog Mercante (sic) quatro elementos fundamentais para falar em nosso nome – Conteúdo, Legitimidade, Representatividade e Educação.
Na maioria, os blogueiros são marítimos que têm muito pouco tempo de embarque, milhas navegadas ou mesmo experiência no Mar. E falta de vontade de estudar a respeito. Na maioria, são pessoas que discorrem sobre os assuntos sem levar em consideração os aspectos macro das questões. Exemplo disto: desconhecem as causas e conseqüências da luta para a implantação e manutenção da RN-72, desconhecem a importância da participação do oficial mercante brasileiro em fóruns internacionais como fator de visibilidade e força política; desconhecem os graves problemas gerados pelas bandeiras de conveniência e as batalhas que temos que travar para não difundi-las em nossas águas jurisdicionais, etc, etc.
Falta-lhes visão geopolítica e estratégica. E falta-lhes educação para discutir estes temas. Os textos daqueles garotos são virulentos, atacando por diversas vezes a honra e a moral de outras pessoas e instituições que nunca lhes fizeram o mesmo. Atacando pessoas mais velhas, em termos de idade e experiência no Mar, as quais, merecem toda nossa consideração e apreço. Veja bem, não estou querendo dizer com isto que não deva haver o contraditório. Ele é muito importante e deve ser estimulado. Mas, uma coisa é colocar uma posição contrária a respeito de um assunto. Todas as opiniões são consideráveis. Outra coisa, bem diferente, é atacar violentamente o conceito e as atitudes da outra parte, com palavras grosseiras. Isto não é comportamento digno de um oficial mercante e nem de uma outra profissão qualquer.
O que existe na verdade é uma guerra pelo poder de um sindicato e de uma classe que, nos últimos 10 anos, teve enormes avanços, em todos os sentidos.
Mas o pior de tudo isso é a face narcisística do seu principal blogueiro. Ele, sendo manipulado por forças ocultas, um marionete, se arrota no direito de estabelecer posições e emitir opiniões junto aos órgãos que trabalham junto conosco como a DPC, etc, como se estivesse falando em nome da classe maritima. Porém, relembro, são todos julgamentos sem o devido conhecimento de causa e que, na verdade, nos causam perda de prestígio, pela baixa qualidade das afirmações erigidas pelo Blog Mercante (sic).
Permita-me dar um aviso sobre isto aos seus leitores, especialmente aos mais jovens:
O Blog Mercante (sic) não fala em nome da classe marítima. Procurem outras fontes de informação que tenham mais ética e valores e que, especialmente, tenham conteúdo, legitimidade, representatividade e educação, como o Blog Mulheres Mercantes, o site do Sindmar ou o site do CCMM (Centro de Capitães da Marinha Mercante).
Bem, após este início, gostaria de mudar de assunto e falar a respeito da minha experiência com mulheres a bordo.
Desde a primeira turma de oficiais formadas pela EFOMM, já estiveram embarcadas comigo estagiárias, praticantes, oficiais etc. Procurei, desde o início, quando a presença de mulheres marítimas a bordo era uma grande novidade, trabalhar dois aspectos com elas:
O primeiro era aprimorar o seu desenvolvimento profissional de uma maneira irrestrita. Sempre disse que elas são capazes de fazer tudo o que os homens marítimos fazem. E não media esforços para isto, fazendo inclusive treinamento de ordem e impostação de voz de comando para manobras com as praticantes. Isto é um bom exemplo da postura que também cobrava delas a bordo. A atitude da maioria das mulheres do Mar foi fundamental para que se firmassem a bordo, tanto quanto seu desenvolvimento profissional. Digo, a maioria, pois, como em qualquer profissão, existem os bons e os maus profissionais. Na questão das mulheres não seria diferente.
Esta fase de afirmação acredito estar concluída. Contudo, uma fase até mais importante se avizinha para as Mulheres do Mar e aí aparece o segundo aspecto que procurei trabalhar com todas que embarcaram comigo – o Comando a bordo.
Brevemente, será o período em que vocês irão, cada vez mais, ocupar postos de comando a bordo, tanto na área de náutica quando na área de máquinas. As velhas comparações e preconceitos começarão a surgir novamente. Cabe a todas vocês estarem preparadas em dobro para dar as respostas corretas. Digo em dobro, pois, a partir de vocês, é que dois paradigmas da nossa sociedade podem ser quebrados. O primeiro diz respeito ao papel do homem na formação e cuidado do lar e dos filhos. E o segundo, fala sobre questões de carreira profissional e ambiente a bordo com mulheres no comando. Aspectos como inteligência emocional e social devem ser mais estimulados a bordo.
Podemos discutir mais a respeito em outras ocasiões.
Foi uma alegria e uma honra ter participado deste exemplar Blog de Mulheres do Mar.
Minha foto segue em anexo.
Fiquem com Deus.
Atenciosamente,
Best Regards,
Jones A. B. Soares
CLC-Comandante"
segunda-feira, 1 de novembro de 2010
Aonde poderemos chegar, hein?
Astronautas, Engenheiras, Arquitetas, Militares, Mecânicas, MARÍTIMAS ... PRESIDENTE.
Aonde mais uma mulher consegue chegar no mercado de trabalho? Será que ainda existe uma profissão tão inatingível para que mulheres não possam alcançar?
Se hoje no Brasil acabamos de eleger uma mulher para o cargo de maior importância de um país, como ainda conseguem duvidar da capacidade de mulheres em qualquer área, inclusive da Marinha Mercante?
Mulheres na Marinha Mercante são uma realidade que não passará. Há 10 anos temos mulheres nos cargos de oficiais nas embarcações brasileiras. Não foi nem um pouco fácil conseguir entrar nesse mercado tão masculino, mas vencemos esse desafio e estamos há uma décadaaaaaaaa exercendo tais funções a bordo.
Pergunto mais uma vez: será que 10 anos é pouco tempo para provar que nós, MULHERES, somos perfeitamente capazes de estar nesta profissão e que somos competentes o suficiente para que, a cada ano, só aumente o número de nós nas escolas e embarcações?
Aonde poderemos chegar, hein?
Parabéééééééééns, Dilma, a 1° mulher Presidente do Brasil. Orgulho-me. Cada vez mais provamos que para mulheres em todo o mundo não existem barreiras que não possam ser superadas.
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