terça-feira, 25 de novembro de 2014

Projeto de Lei discute ampliação da Licença Maternidade para um ano

Achei essa reportagem na revista Exame Online que fala do projeto de Lei 6998/2013. Alguns de nossos leitores podem conhecer, mas é preciso pensar um pouco mais sobre ele.

O PL tem como ponto central o aumento da licença - maternidade para um ano e da paternidade para um mês.

Veja a reportagem na íntegra na Revista Exame.

Foto: reprodução revista Exame.com
Independente do necessário acompanhamento do projeto em tramitação, acho importante destacar alguns pontos:
  • Uma vez ou outra surgem projetos de lei com este, voltado para o aumento da licença maternidade ou paternidade, mas nada de novo no “front”.
  • Usualmente são projetos genéricos que não especificam esta ou aquela condição de exercício profissional para justificar tal aumento. É o caso do projeto divulgado.
  • Infelizmente costumam dar em nada. Servem apenas para dar visibilidade política ao autor. Infelizmente. Acredito ser este mais um caso
No modo de ver do nosso Sindicato:

O SINDMAR tem clara visão na defesa deste tema. A Mulher Mercante exerce condição de exercício profissional ímpar que justifica condições diferenciadas no que se refere ao tempo da licença. A amamentação é uma das condicionantes que nos leva a tal esforço. A ambiência de bordo é imprópria para o convívio da mãe com o bebê de poucos meses, o que é um complicador para o caso da amamentação, além da violência do afastamento rápido e repentino do bebê. Isto sem mencionarmos o período de gestação, propriamente dito.

O SINDMAR também defende que os custos decorrentes destes regimes diferenciados não devem ser impingidos à empresa empregadora e sim à sociedade através da previdência social. Isso para que não haja discriminação em relação à nós mulheres, por parte da empresa empregadora.

Pela experiência que o nosso SINDMAR já adquiriu na tramitação de projetos de lei, ele vê tais iniciativas levadas à efeito de forma genérica muito mais como um complicador do que uma ajuda a esta tão necessária mudança do prazo de licenças.

Facilitaria muito que obtivéssemos do Poder Executivo a compreensão e sensibilidade para o nosso caso, elaborando  uma Mensagem do Executivo ao Congresso Nacional e encaminhando um Projeto de Lei de sua autoria nos dando adequado tempo de afastamento do trabalho à bordo e um período  adequado para a convivência com nossos bebês, livrando-nos de um retorno em curto espaço de tempo para a rotina de bordo, impossibilitando-nos de prover cuidados indispensáveis  nos primeiros meses de nossos filhos, entre estes a importante amamentação.

Sabemos que isto não nos será doado, por isto precisamos participar mais junto de nosso SINDMAR, produzindo pressões que estimulem a compreensão e a sensibilidade acima mencionadas.

Por fim, costumo observar que é muito importante que motivemos nossos companheiros a bordo a nos ajudarem neste processo. Afinal, além de ser um indispensável ato de solidariedade para conosco e nosso bebê, não raro poderão estar contribuindo para uma melhor gestação de seus próprios filhos, isto porque não é raro que tanto o papai quanto a mamãe sejam mercantes, além de garantirem um melhor período nos primeiros meses dos bebês, que pode fazer uma diferença enorme ao longo de suas vidas.

E claro, das nossas, também.

Um comentário:

  1. Realmente há muito que se debater pois não é algo tão simples e por isso merece a atenção e participação das mulheres , principalmente no que se diz repeito em conhecer os obstáculos que nos deparamos . Tenho colocado isso para as mulheres marítimas que eu tenho contato seja a bordo , sejam alunas, praticantes, oficiais , em visitas ou na Delegacia . Contar com a participação de cada uma marítima é fundamental, seja numa votação , seja numa assinatura em petição pública, seja em reuniões, seminários ou um simples debate no nosso grupo ...conquistas só são adquiridas quando há uma disposição em lutar .

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