Recebi uma mensagem indignada do Felippe Rafael, segundo oficial de máquinas, sobre as informações que vêm sendo veiculadas na imprensa sobre a suposta falta de oficiais da Marinha Mercante. Vale a pena ler.
Felippe: "Não podemos deixar o NOSSO petróleo escorrer pelas nossas mãos
diante de alegações mentirosas e “erros” que nós mesmos podemos consertar"
"Uma matéria publicada há pouco tempo (03/04/2011) foi motivo de surpresa para a grande parte de nossa categoria. Empresas alegam que faltam oficiais da Marinha Mercante no mercado. Isso não é verdade!
Somos uma mão de obra qualificada e fazemos parte de um seleto grupo de profissionais. As empresas que hoje sofrem por “falta” de oficiais, certamente não nos dão condições suficientes e competitivas com o mercado.
Estão falando em suspensão temporária do artigo da RN72 que determina que as embarcações estrangeiras que operam em águas brasileiras contratem oficiais brasileiros. Essa suspensão é absurda e nós, brasileiros (marítimos ou não), não podemos permitir. Não podemos perder espaço onde nós somos os donos da riqueza. É o mesmo que entregar nossa maior descoberta dos últimos anos (o pré-sal) na mão dos estrangeiros, deixando os brasileiros desempregados ou com péssimas condições de trabalho.
Existem outras soluções a serem tomadas que não iria nos prejudicar; muito pelo contrário, nos beneficiaria. Como por exemplo, aumentar a capacidade dos dois centros de formação de oficiais brasileiros. Solução esta que já foi tomada pela Marinha do Brasil. Precisamos esperar o resultado (hoje um oficial demora cerca de quatro anos para se formar). Melhora nas condições de trabalho, inclusive salário seria mais uma maneira de atrair os profissionais.
Precisamos entender e explicar às pessoas que NÃO ESTÁ FALTANDO OFICIAIS.
Não podemos deixar o NOSSO petróleo escorrer pelas nossas mãos diante de alegações mentirosas e “erros” que nós mesmos podemos consertar.
Não podemos esquecer dos profissionais de nível superior que passaram parte de sua vida em alto mar, longe de suas famílias e em condições adversas. Profissionais que estagiaram seis meses ou um ano a bordo de navios e longe de casa. Esses profissionais merecem respeito pela sua formação, dedicação e superação. Pais que não viram o crescimento de seus filhos por completo, chefes de família que por muitas vezes embarcaram deixando parentes em casa, chorando, por amor à profissão, não merecem hoje perder espaço no mercado de trabalho apenas por economia, patriotismo ou mesmo preconceito de algumas pessoas.
Se alguém deve desfrutar do pré-sal, esse alguém tem nome e endereço: BRASIL".
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