quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Jornal O Estado de S. Paulo publica denúncia da Conttmaf contra a Transpetro


Com o título “Dossiê da Confederação dos Trabalhadores Aquaviários e Aéreos aponta mau gerenciamento da frota e dos custos de manutenção”, o jornal O Estado de S. Paulo publicou reportagem assinada por Renée Pereira sobre a acusação que a Confederação Nacional dos Trabalhadores Aquaviários e Aéreos (Conttmaf) fez contra a Transpetro, subsidiária da Petrobrás, por mau gerenciamento da frota e dos custos envolvidos na manutenção das embarcações.

Achamos importante publicar aqui no blog um resumo e a matéria na íntegra para que as pessoas que não tiveram acesso ao jornal fiquem informadas sobre o que está acontecendo.

Segundo o jornal, “na petição, a confederação apresenta uma série de questões relacionadas a serviços prestados nos navios - relatadas pelos próprios tripulantes à administração da empresa -, valores de pedidos de compra e a decisão da Transpetro de mandar para alto-mar navios com condições precárias de viagem, que ficaram à deriva no exterior”.

O presidente da Conttmaf, Severino Almeida, que também é presidente do Sindmar, foi ouvido pelo jornal e contou que, antes de fazer a denúncia no TCU, tentou conversar com a empresa, mas não teve sucesso. Severino disse que mandou dois ofícios - em 15 de outubro de 2010 e 18 de novembro de 2010 - e só obteve resposta do primeiro deles.

"Mesmo assim, as dúvidas não foram esclarecidas.", disse Severino, referindo-se a pedidos de compra, constantes no sistema da Transpetro, com valores acima do preço de mercado.

O jornal destacou que um desses pedidos mostra a compra de válvulas de insuflação de ar do motor principal, por US$ 1,2 milhão. Outro pedido envolve a compra de 100 litros de lubrificante sintético de compressor de ar no valor de US$ 87.117. Severino contesta esses valores.

O Estado de S. Paulo informou ainda que teve acesso ao material da Conttmaf - formado por pedidos de compra e impressão de telas do sistema da Transpetro - e “confirmou os valores constantes da petição protocolada ontem no TCU”. O jornal ainda publicou a informação de que “a reportagem também verificou conversas por email em que tripulantes dos navios questionam a administração em terra por valores cobrados pela prestação de serviço”.

Severino informou ao jornal que a investigação da confederação começou em meados do ano passado, após o incidente com o navio Livramento, que ficou à deriva no Oceano Índico, com motor principal avariado e sem funcionar. “Um navio com o histórico de problemas do Livramento (incêndios na praça de máquinas, avarias no motor de propulsão e geradores elétricos) não poderia ter sido lançado ao mar para uma travessia de mais de um mês até a China”, explicou Severino.

 Segundo O Estado de S. Paulo, que não divulgou se a resposta da Transpetro foi dada por algum representante ou através de nota oficial ou release, a empresa alegou que “o problema foi provocado por um bug no sistema”.

E que: "A discrepância entre os números se deve a valores irreais que surgiram na tela do sistema informatizado de requisições de compra a bordo, decorrentes de falhas na migração de dados do sistema anterior para o atual, ocorrida em 2008. As discrepâncias foram identificadas e o bug devidamente corrigido."

 Também segundo o jornal, “a empresa afirma ainda que fez uma ampla auditoria interna e externa para verificar as acusações e nada detectou”.

O Estado de S. Paulo ouviu advogados especialistas, que consideraram que “as divergências entre os valores dos pedidos de compra e da nota fiscal denotam uma desordem administrativa”.

Quem quiser ler a reportagem do jornal na íntegra é só passar a setinha do mouse na imagem abaixo.


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