segunda-feira, 13 de junho de 2011

E tudo começou num táxi espremidinho!, por Charlene Dantas


Meu nome é Charlene Dantas e conheci o amor de minha vida ainda quando estudava na EFOMM. Somos da mesma turma do CIABA - 2004.2. Ambos oficiais de náutica. Sou de Campo do Brito, no Sergipe, e Weider Serafim, minha alma gêmea, de Picos, no Piauí. Apesar de ele sequer tocar no assunto, comecei a perceber que o sentimento era recíproco. No início, nada sentíamos um pelo outro. Passou-se o primeiro e quase todo o segundo ano, nos relacionamos com outras pessoas e nem me dei conta de que o meu destino estava bem ali diante de meus olhos. Começamos a estudar na mesma sala de aula desde o início do segundo ano. Ele era muito brincalhão,  mas, ao mesmo tempo, tímido. Essas brincadeiras em sala nos intervalos de aula iam se tornando cada vez mais rotineiras. Com isso, nos tornamos  amigos.

E, de repente, sem que eu percebesse, essa amizade foi ficando colorida. Meus olhos brilhavam de alegria só em vê-lo passar. Apesar de ele sequer tocar no assunto, comecei a perceber que o sentimento era recíproco. Trocávamos olhares constantemente e não podíamos ficar mais longe um do outro. Começamos a sair  juntos com nosso grupo de amigos, que era o mesmo, para as famosas casas de shows onde a música principal eram o brega e o  forró. Nunca dançávamos juntos ou ficávamos muito perto um do outro.  Começamos a trocar olhares cada vez mais calorosos e apaixonados, mas nem um dos dois tinha coragem de chegar para o outro e falar sobre o assunto.

Até que certo dia, no final do segundo ano, mais precisamente em dezembro de 2003, fomos a uma festa na casa de show  “Sala de Reboco”, com nossos costumeiros amigos de batalha.  E lá, ele começou a beber, ficou mais solto, e foi aí que teve a coragem de me chamar para dançar. Dançamos, conversamos sobre assuntos diversos, mas nada de falarmos sobre nós. Chegou a hora de voltar para o quartel e eu me entristeci mais uma vez. Fiquei pensando se eu não estava equivocada em pensar que ele estava atraído por mim. Viemos todos embora num único táxi, espremidos, e nós dois, juntinhos um do outro.

E foi ali, naquele táxi abençoado, que, sem eu esperar, ele me beijou. A partir daí não precisava mais de palavras. Começamos a namorar. Veio a formatura e com ela o impasse: como seria agora nossa vida a dois, já que 800km nos separava?

Depois de muita luta, conseguimos fazer a praticagem no mesmo navio. Já na função de segundo piloto, também conseguimos ficar no mesmo navio. Porém, o destino mais uma vez nos separou, colocando-nos em navios diferentes durante cinco longos meses. O pior é que esses navios nem sequer passavam um pelo outro. Nesse tempo, não deu pra se ver de jeito nenhum. Foi a pior fase do nosso relacionamento. A distância nos deixou tristes, desanimados e pensativos de como seria nossa vida separados se isso continuasse. Contudo, novamente a fé e o amor falaram mais forte e conseguimos voltar para o mesmo navio e, desta vez, definitivamente. Noivamos e, depois de mais de cinco anos juntos, resolvemos dar o passo mais importante de nossas vidas: o casamento. Em janeiro de 2009, realizamos o enlace matrimonial que mudou totalmente nossas vidas. Desde, então,moramos em Aracaju. Fruto do nosso amor, nasceu Yasmin Vitória, hoje com um ano e nove meses, a flor mais linda do nosso jardim. Graças a nossa profissão, ao imenso mar e ao nosso criador é que somos hoje uma família unida e feliz.

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