Mulheres
com mestrado ganham menos do que homens com a mesma titulação
Mariana Tokarnia - Agência Brasil - 22/04/2013 -
Brasília, DF
Imagem ilustrativa tirada da internet
O
número de mulheres com mestrado no Brasil é maior que o número de homens com a
mesma titulação. Elas representam 53,5% dos mestres no país e eles, 46,5%. No
entanto, em termos de remuneração, as mulheres ganham em média R$ 5.438,41, 28%
a menos que os homens, que recebem R$ 7.557,31. Os dados foram divulgados hoje
(22) pelo Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE) no estudo Mestres
2012: Estudos da Demografia da Base Técnico-Científica Brasileira.
Segundo
o estudo, que utiliza dados do final de 2009, as mulheres têm uma participação
maior (71%) nas áreas de linguística, letras e artes. Na área de ciências
sociais aplicadas, onde a remuneração é maior, as mulheres representam 43,2%
dos empregados. Na segunda área de maior remuneração, as engenharias, as
mulheres têm a menor participação relativa entre os empregados, 27,9%.
Os
números mostram que, dentro de uma mesma carreira, ocorre diferenciação. Nas
engenharias, homens com mestrado ganham em média, R$ 8.430,18. As mulheres com
a mesma formação e carreira, recebem em média, R$ 6.133,98. Em linguística,
letras e artes, carreira em que são maioria, as mulheres recebem em média R$
4.013,87 e os homens, R$ 4.659,60.
Um
dos fatores para essa diferença salarial, explica a coordenadora técnica do
projeto, Sofia Daher, assessora
técnica do CGEE, é que existem `menos mulheres em cargos de confiança, nos
quais os salários são maiores`.
A
diferença aparece também entre as regiões. `Em 2010, a remuneração média mensal
dos mestres que eram mulheres era 44% menor do que a dos homens nas regiões
Sudeste e Sul. Nas regiões Centro-Oeste e Nordeste, a diferença era
respectivamente 38% e 37% enquanto que na Região Norte era 18%`, diz o estudo.
`A
diferença de remuneração por gênero é algo que temos que pensar e melhorar. A
educação corrige uma parte, mas não corrige totalmente a distinção que está na sociedade`, diz o presidente do CGEE,
Mariano Laplane. O mesmo, segundo
ele, se aplica para a população negra.
Os
brancos, que correspondem a 47% da população, representam 80% dos mestres e
doutores. Os pardos, que são 42% da população, representam 16% dos mestres e
12% dos doutores. Os negros são 8% da população, 3% dos mestres e 2% dos
doutores.
Em
dados gerais, de 1996 a 2009, a formação de novos mestres cresceu 10,7% no país.
O Distrito Federal é a unidade federativa com maior número de mestres por
habitante, 5,4 mestres por mil habitantes entre 25 e 65 anos de idade. Cerca de
43% desses profissionais atua na área de educação. A titulação oferece um
aumento de salário - mestres recebem 83% a mais que graduados e doutores 35% a
mais que mestres.
`O
mestrado é um treinamento rápido, de dois anos, que atende a uma demanda maior
que o doutorado. O mestrado atende a uma demanda do setor produtivo da nossa
economia. Temos conseguido expandir a etapa de ensino para regiões mais
carentes, para formar mão de obraqualificada`, diz Laplane.
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