quarta-feira, 26 de junho de 2013

Expectativas de uma futura formanda da Marinha Mercante

Meu nome é Elisa Falcão Ferreira, tenho 22 anos. Sou natural do Rio de Janeiro, mas antes de ir para o CIABA eu já morava em Recife há 10 anos, e me considero bem pernambucana. Sou do 3º ano de Náutica.
Elisa Falcão, aluna 3° ano de Náutica - CIABA

 Como conheceu a Marinha Mercante?
- Através do irmão de um amigo, que fazia EFOMM e se formou em 2007. Foi através dele que eu soube da Escola, de algumas coisas sobre embarques e praticagem. Depois, vários amigos meus do Colégio Militar foram se formando, e a cada dia eu ia sabendo e me encantando mais. 

 O que te motivou a seguir esta profissão?
- Mentiria se falasse algo que não fosse o dinheiro, a minha independência financeira. Mas essa foi a motivação inicial, hoje tenho outros objetivos. Eu realmente me apaixonei pela ideia da profissão, tenho vontade de me aperfeiçoar e de fazer o meu trabalho com excelência. 

Depois de 3 anos, faltando 1 semestre para se formar, o que teve de maior experiência dentro da escola?
- Sem desmerecer os estudos em geral, é fato que aprender a conviver o tempo inteiro com pessoas totalmente diferentes de você, e com pensamentos opostos, nos faz crescer demais. Eu estou saindo da Escola uma pessoa muito mais tolerante e madura, e tenho certeza que isso é uma coisa que vai me ajudar na convivência a bordo e pra vida toda.

 
Elisa em visita ao AVIN, embarcação de instrução da escola

Sentiu algum preconceito por ser mulher? Teve dificuldades por ser mulher?
Não senti esse preconceito na Escola. Pelo contrário, sempre fui tratada de igual pra igual pelos homens da minha turma. Mas eu sempre trabalhei a minha cabeça para esse preconceito, e acho sim que em algum momento da profissão o preconceito vai existir. Como as mulheres fizeram na história da Marinha Mercante, brilhantemente, eu também quero estar preparada pra mostrar o nosso valor através do meu trabalho, dedicação e profissionalismo. 

Em pouco tempo terminará seu curso e partirá para a praticagem. O que espera?
- Primeiro eu espero uma vaga de praticagem, a verdade é essa. Com a vaga certa, eu espero um ano de muito aprendizado, muita ralação e experiências engrandecedoras. 


O que espera do mercado de trabalho que está em seu horizonte?
- Espero que tenha espaço e valorização para o marítimo brasileiro, não acho que é pedir demais.

Quais conselhos você daria para as meninas que estão de fora querendo ingressar na MM?
- Essa é a pergunta mais difícil de todas, sem dúvida. E ela é complicada pelo único e simples fato de que impressões são bem particulares e os conselhos que eu gostaria de ter recebido talvez não tenha nada a ver com a realidade de uma menina que está prestes a fazer um concurso como esse. Só tenho a dizer que vale a pena. Que da pequena experiência que eu tive até agora, que foi a Escola, vocês vão tirar coisas impagáveis. Amizades pra vida toda, crescimento pessoal incrível, amadurecimento, realização e uma aquisição de paciência que até você vai se surpreender.
Meu "conselho" é que venham, se esforcem e venham! 

Algo mais que você queira dizer?
- Foi um prazer imenso dar essa entrevista. Te admiro muito desde a palestra que ministrou no CIABA. Fiquei impressionada com a sua desenvoltura e poder de se fazer entender tão facilmente. Com certeza você contribui na formação de opinião e na nossa vontade de correr atrás dos nossos direitos e vencer.

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