Meu nome é Elisa Falcão Ferreira, tenho 22 anos. Sou natural do Rio de Janeiro, mas antes de ir para o CIABA eu já morava em Recife há 10 anos, e me considero bem pernambucana. Sou do 3º ano de Náutica.
Elisa Falcão, aluna 3° ano de Náutica - CIABA |
Como conheceu a Marinha Mercante?
- Através do irmão de um amigo, que fazia EFOMM e se formou em 2007. Foi através dele que eu soube da Escola, de algumas coisas sobre embarques e praticagem. Depois, vários amigos meus do Colégio Militar foram se formando, e a cada dia eu ia sabendo e me encantando mais.
O que te motivou a seguir esta profissão?
- Mentiria se falasse algo que não fosse o dinheiro, a minha independência financeira. Mas essa foi a motivação inicial, hoje tenho outros objetivos. Eu realmente me apaixonei pela ideia da profissão, tenho vontade de me aperfeiçoar e de fazer o meu trabalho com excelência.
Depois de 3 anos, faltando 1 semestre para se formar, o que teve de maior experiência dentro da escola?
- Sem desmerecer os estudos em geral, é fato que aprender a conviver o tempo inteiro com pessoas totalmente diferentes de você, e com pensamentos opostos, nos faz crescer demais. Eu estou saindo da Escola uma pessoa muito mais tolerante e madura, e tenho certeza que isso é uma coisa que vai me ajudar na convivência a bordo e pra vida toda.
Sentiu algum preconceito por ser mulher? Teve dificuldades por ser mulher?
- Não senti esse preconceito na Escola. Pelo contrário, sempre fui tratada de igual pra igual pelos homens da minha turma. Mas eu sempre trabalhei a minha cabeça para esse preconceito, e acho sim que em algum momento da profissão o preconceito vai existir. Como as mulheres fizeram na história da Marinha Mercante, brilhantemente, eu também quero estar preparada pra mostrar o nosso valor através do meu trabalho, dedicação e profissionalismo.
Em pouco tempo terminará seu curso e partirá para a praticagem. O que espera?
- Primeiro eu espero uma vaga de praticagem, a verdade é essa. Com a vaga certa, eu espero um ano de muito aprendizado, muita ralação e experiências engrandecedoras.
O que espera do mercado de trabalho que está em seu horizonte?
- Espero que tenha espaço e valorização para o marítimo brasileiro, não acho que é pedir demais.
Quais conselhos você daria para as meninas que estão de fora querendo ingressar na MM?
- Essa é a pergunta mais difícil de todas, sem dúvida. E ela é complicada pelo único e simples fato de que impressões são bem particulares e os conselhos que eu gostaria de ter recebido talvez não tenha nada a ver com a realidade de uma menina que está prestes a fazer um concurso como esse. Só tenho a dizer que vale a pena. Que da pequena experiência que eu tive até agora, que foi a Escola, vocês vão tirar coisas impagáveis. Amizades pra vida toda, crescimento pessoal incrível, amadurecimento, realização e uma aquisição de paciência que até você vai se surpreender.
Meu "conselho" é que venham, se esforcem e venham!
Algo mais que você queira dizer?
Algo mais que você queira dizer?
- Foi um prazer imenso dar essa entrevista. Te admiro muito desde a palestra que ministrou no CIABA. Fiquei impressionada com a sua desenvoltura e poder de se fazer entender tão facilmente. Com certeza você contribui na formação de opinião e na nossa vontade de correr atrás dos nossos direitos e vencer.