Muitas amigas estão me pedindo para contar o que é preciso fazer para se tornar um OFICIAL DA MARINHA MERCANTE.
Bem, Existem duas formas de uma mulher ou de um homem se tornarem oficiais da Marinha Mercante. Mas, antes de explicar como vocês podem fazer isso, deixe-me falar em resumo o que é a Marinha Mercante e o que fazemos.
A Marinha Mercante é uma atividade muito antiga, que está diretamente relacionada a transporte de cargas, passageiros e apoio a plataformas de exploração de petróleo e gás.
Ao contrário do que a maioria das pessoas pensa, esta atividade não é militar. Dentro dos centros de instruções CIABA e CIAGA, aonde são formados os oficiais, todos os alunos têm obrigatoriedade de cumprir com as normas do regime militar, exceto para os cursos de ASON e ASOM, que explicarei em seguida. Porém, após a conclusão total do curso, os alunos se tornam funcionários de empresas que operam no seguimento, como, por exemplo, a PETROBRAS.
Após aprovados no concurso, os alunos podem optar por duas opções de carreira: Oficiais de Náutica, que são os responsáveis pela navegação da embarcação (popularmente falando são os pilotos do navio) e Oficiais de Máquinas, que são aqueles responsáveis por toda parte de manutenção do motor das embarcações. Os cursos nas escolas duram três anos, em regime de internato. Os alunos recebem uma bolsa de estudo que hoje está em torno de R$ 800 e todas as acomodações, lazer e uniformes.
O CIABA (Centro de Instrução Almirante Brás de Aguiar) fica localizado em Belém no estado do Pará e recebe candidatos residentes no norte e nordeste do país. Já o CIAGA (Centro de Instrução Almirante Graça Aranha) fica localizado na cidade do Rio de Janeiro e recebe candidatos das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste.
Então, é assim: se você quer fazer o concurso para a EFOMM, primeiro você precisa ter o 2° grau completo e ter entre 18 e 24 anos. O concurso é anual e geralmente ocorre em meados de agosto e as inscrições abrem geralmente em junho. Basta acompanhar pelos sites: www.ciaga.mar.mil.br ou www.dpc.mar.mil.br .
As inscrições custam em média R$ 50,00. O concurso tem quatro etapas, prova escrita, teste físico, exames médicos e psicológicos. A prova escrita é de nível médio e são cobradas as disciplinas, matemática, física, português, inglês e redação. Para os testes físicos são exigidos dos candidatos, nadar e correr, de acordo com o edital.
Para os interessados na profissão, mas que já têm mais de 24 anos, existe o ASON e ASOM. Estes cursos são para aqueles que já possuem graduação de nível superior, porém hoje nem todos os cursos são aceitos. No link a seguir você poderá obter mais informações:
http://www.jornalpelicano.com.br/2009/05/cursos-ason-e-asom-oferecem-uma-alternativa-para-quem-quer-entrar-na-marinha-mercante/
Os candidatos aprovados nos ASON/M recebem bolsa de estudo e uniforme, porém não são submetidos diretamente ao regime militar já que os mesmos não fazem o curso em regime de internato.
Com um mercado aquecido e uma carreira promissora, hoje um oficial recém-formado recebe um salário em torno de R$ 5.000,00, com perspectivas de em dois a quatro anos receber R$ 12.000,00.
Espero ter ajudado. Se tiver dúvida, me escreva.
Quer conhecer um pouco mais os dois centros de instruções? Clique:
CIAGA ou CIABA.
quarta-feira, 29 de setembro de 2010
terça-feira, 28 de setembro de 2010
Hildelene Lobato Bahia, um ano no comando
Há exatamente um ano, em 28 de setembro de 2009, Hildelene Lobato Bahia, tornava-se a primeira mulher a comandar um navio. À época, o jornal O Dia, do Rio de Janeiro, publicou uma entrevista com ela, que reproduzimos aqui.
Hildelene, que se encontra em alto mar, próximo do nordeste brasileiro, foi ouvida, por telefone, com exclusividade, pelo blog das Mulheres Mercantes. Vale a pena ouvir o depoimento e ver o vídeo reproduzido do seu orkut.
segunda-feira, 27 de setembro de 2010
Vasa, o navio que afundou, foi esquecido, virou museu e hoje é atração turística em Estocolmo
"Navigare necesse; vivere non est necesse"
A frase, ora atribuída a Camões, ora atribuída a Fernando Pessoa, mas que na verdade, segundo a maioria dos estudiosos, é mesmo de Pompeu, general romano, que viveu antes de Cristo, foi dita aos marinheiros, amedrontados, que se recusavam a viajar durante a guerra.
“Navegar é preciso, viver não é preciso” nunca se fez tão presente nas minhas lembranças quanto na visita àquele museu sueco. Justo naquele instante em que eu apenas botava para fora o meu instinto de mulher e resolvia aproveitar o pequeno tempo livre disponível no intervalo de um seminário para fazer umas comprinhas básicas. Mal sabia eu, com minha veia de marinheira, que iria conhecer de perto um dos mais incríveis monumentos da história da navegação no mundo: o navio Vasa.
Fui a Estocolmo para participar de um congresso que durou oito dias. Em um desses dias eu não precisei participar. Eu e mais uma amiga saímos andando pela cidade. Foi ela que me falou do museu. Eu nem sabia da existência dele. À tarde pegamos uma balsa e atravessamos um rio. Foi surpreendente quando vi aquele navio imenso, real, dentro de um museu.
Para os que nunca ouviram falar do Vasa, um pequeno resumo do que pesquisei recentemente na internet:
“O Vasa (ou Wasa) foi um navio de guerra, construído para o Rei Gustavo Adolfo da Suécia de 1626 a 1628. O navio afundou e naufragou após velejar menos de uma milha náutica (cerca 1.8 km ) em sua viagem inaugural, em 10 de agosto de 1628. O Vasa foi inicialmente esquecido após tentativas de recuperar seus preciosos canhões no século 17, sendo localizado novamente no final da década de 1950, na saída da baía de Estocolmo. O navio foi recuperado com o casco quase intacto em 24 de abril de 1961, sendo alojado em um museu temporário chamado Wasavarvet ( ou "O Estaleiro Wasa") até 1987, quando foi transferido para o Museu do Vasa em Estocolmo. O navio é uma das mais populares atrações turísticas da Suécia e, em 2007, atraiu mais de 25 milhões de visitantes”.
As informações acima estão no site da Wikipédia ( http://pt.wikipedia.org/wiki/Vasa_(navio) ) Tem uma reportagem interessante também no site da revista Aventuras na história.
Nossa, acho difícil, muito louco como eles conseguiam atravessar mares sem recursos. E era um navio de guerra, né? Diferente do que estou acostumada. Até gostaria de sentir a experiência, tipo “Piratas do Caribe”. Acho que seria uma aventura legal. É tão difícil de acreditar que ele afundou que nem o Titanic, não é? Como afundou? O que aconteceu com o Titanic foi um erro humano, durante uma manobra. O que aconteceu com o Vasa foi um erro humano, na execução do projeto. Foi falta de tempo, devido à pressão da corte para colocá-lo na água. Acho que as pressões fizeram com que os engenheiros da época não tivessem tempo para calcular a infinidade de coisas necessárias para que um navio navegue com segurança; ainda mais um navio de guerra, de madeira e vela, carregado de canhões, gente, suprimentos etc. Ruim saber que um monte de gente morreu. E por erros políticos, por pressão.
Foi muito legal ver naquele museu como era feita a navegação na época. Até para mim, que navego, foi diferente. Ver como eles se orientavam pelo sol e pelas estrelas. E os equipamentos que eles usavam?! Pesadoooos..... Como o sextante, por exemplo, que é um instrumento que até hoje usamos na navegação astronômica, mas na época deles era algo muitooooo arcaicos, diferentes.
E uma curiosidade: como naquela época eles conseguiam tanta madeira para flutuar?
E a comunicação? Eles não se comunicavam com terra. Eram meses e meses sem nenhuuuuuuma comunicação. Hoje temos, rádio vhf, AIS e até mesmo internet .Temos até Sky a bordo.
Quase esqueço de falar de Estocolmo. A Suécia é linda!! Só não gostei das comidas... Afff. Passei mal. Até o Mac Donalds era ruim.
“Se tivesse que botar alguém dentro desse navio para afundar junto e sumir do mapa, quem você botaria?”.
Respondi de primeira: “Meu ex-marido, claro”.
E saí cantarolando pelas ruas de Estocolmo a música de Caetano Veloso: “Navegar é preciso, viver não é preciso”.
Se você quiser conhecer o site do Vasa Museu, clique aqui.
sábado, 25 de setembro de 2010
Amar o mar - 1. "O mar" e Dorival Caymmi
Este blog tem apenas um compromisso: com a vida e com o mar. Por isso, volta e meia vamos postar músicas, poesias e tudo o que versar sobre o mar. Para começar, nada melhor do que Dorival Caymmi cantando "O mar".
Mandem links, mandem sugestões.
sexta-feira, 24 de setembro de 2010
Repórter por um dia: Vasa, o navio que afundou e virou museu
Suécia, início do século 17. O Vasa (ou Wasa), navio de guerra, construído para o Rei Gustavo Adolfo da Suécia afundou e naufragou após velejar menos de uma milha náutica (cerca 1.8 km) em sua viagem inaugural. O navio foi inicialmente esquecido após tentativas de recuperar seus preciosos canhões e foi localizado novamente no final da década de 1950, na saída da baía de Estocolmo. Foi recuperado com o casco quase intacto em 24 de abril de 1961 e alojado em um museu temporário chamado Wasavarvet ( ou "O Estaleiro Wasa") até 1987, quando foi transferido para o Museu do Vasa em Estocolmo. O navio é uma das mais populares atrações turísticas da Suécia.
Estive lá e em breve vou contar para todos aqui no Blog como foi a visita.
Dicas do Blog - 1. Deu no jornal "Pelicano": "A Marinha Mercante é uma excelente profissão", diz oficial aluna
Quer ler a entrevista completa? Clique aqui.
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