Conta pra gente, Tereza:
"Sou da turma de 2002 do Ciaba. Comecei minha vida profissional na Transpetro, em navios ditos carga clara. Passei uns 4, 5 anos nessa empresa. De onde tenho maior orgulho de dizer que tive experiência em navio. Pois isso lá na frente faria a diferença. Cheguei até a função de Imediato. Depois desse tempo, resolvi mudar para o offshore em busca de novos horizontes e também de um pouco mais de qualidade de vida, pois eu passava muito tempo embarcada em relação ao regime de embarque do offshore.
Não conseguia acompanhar a rotina de meus familiares e amigos. Isso veio me deixando extremamente triste e por isso resolvi mudar. Em 2008, fiz uma entrevista na Maersk onde fui aprovada e chamada para assinar o contrato como piloto. Nossa, como foi difícil lidar com os gringos. Principalmente, porque eu estava aprendendo inglês também. Foi bastante complicado no início, mas depois, graças a Deus, as dificuldades foram superadas. Isso acabou me favorecendo, porque comecei a ter contato pela primeira vez com a atividade de manuseio de âncoras, na qual estou comandando hoje. Minha passagem pela embarcação Mersk Helper foi muito proveitosa, pois adquiri bastante experiência no manuseio, apesar de apenas trabalhar como guincheira.
Gostei muito da atividade, e não pretendia trabalhar em outro tipo de embarcação. Após 2 anos, senti a necessidade de mudar, pois percebi que nessa empresa eu não teria muitas chances de ascenção, visto que os gringos são extremamente patriotas,ou seja, não aceitavam brasileiros na função de gerentes. Tive a oportunidade de fazer uma entrevista para Norskan, onde fui aprovada e contratada como piloto. Fiz meu primeiro embarque no Skandi Copacabana, em fevereiro de 2010. Continuei minha vida pregressa profissional no manuseio de âncoras. Fiquei de piloto até março de 2011, onde assumi de Imediato, na mesma embarcação. Em março de 2012, surgiu a oportunidade de fazer o curso de APNT e sair com a categoria de Capitão de Cabotagem. Fiz o curso de março à maio.
Em junho fiz um embarque de 14 dias num super AHTS da empresa, Skandi Amazonas, uma vez que os planos são de eu imediatar o outro super AHTS Skandi Iguaçu que está saindo do estaleiro em agosto deste ano. Porém, o curso da vida mudou, me pediram para assumir o Skandi Copacabana e eu aceitei o desafio. Mesmo que os planos não tenham sido desfeitos de eu ir de imediato para o Skandi Iguaçu. E quem sabe futuramente assumir o comando de um outro AHTS que está sendo construído.
E aqui estou eu feliz. Às vezes dá um frio na barriga, mas é normal pelo fato de estar lidando com o novo. Afinal de contas ainda existia mais uma pessoa acima de mim para as responsabilidades. Agora só eu e Deus. Me deram esse título de primeira comandante de barco de manuseio da Norskan, mas não tenho certeza se existe outra em uma das Bacias em outras empresas.
Não sou a primeira da empresa, pois já existe a minha colega Roseleia, que é Comandante do Skandi Hav,mas tem outra atividade a embarcação".